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CPI convoca ex-árbitro citado por Textor; Claus é convidado

Senador revelou nome de ex-juiz mencionado pelo dono da SAF do Botafogo; comissão aprovou requerimentos para ouvir várias personalidades do futebol, incluindo dirigentes da CBF e clubes

Da Redação, com Agência Senado

Senador Jorge Kajuru (PSB-GO) presidente da CPI da Manipulação de Jogos
Senador Jorge Kajuru (PSB-GO) presidente da CPI da Manipulação de Jogos
Marcos Oliveira /Agência Senado

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, do Senado, aprovou nesta quarta-feira (24) a convocação do ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha para falar à comissão em reunião secreta. Cunha é, conforme revelou o senador Carlos Portinho (PL-RJ) durante a sessão, o ex-juiz citado pelo dono da SAF do Botafogo, John Textor, como o autor do suposto áudio em que cobraria propina após manipular o resultado de um jogo.

Textor citou Cunha em reunião secreta na CPI, na última segunda-feira (22), após o depoimento formal aos senadores, na primeira oitiva realizada pela comissão.

A previsão é que o ex-árbitro seja ouvido no dia 9 de maio.

Autor do requerimento, Portinho defendeu a realização da reunião secreta de Cunha afirmando que “confidencialidade é fundamental para garantir a cooperação total do depoente e para preservar a integridade do processo de investigação”.

Apesar de a reunião com Textor ser secreta, o nome de Cunha foi revelado por Portinho na tentativa de sanar uma confusão. Segundo o senador, o árbitro Raphael Claus foi mencionado na imprensa, de forma equivocada, como autor do suposto áudio. Ao pedir a palavra na sessão desta quarta, Portinho negou que seja Claus e afirmou que o nome citado por Textor foi o de Cunha.

Claus e Daiane em reunião secreta

Claus está, inclusive, entre os convidados pela CPI. O presidente da comissão, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), autor do requerimento para ouvir Claus, quer que o árbitro fale em reunião secreta, mesma situação da árbitra Daiane Caroline Muniz, que recentemente foi alvo de comentários machistas pelo técnico do Vasco, Ramon Diaz, por causa da atuação no duelo contra o Grêmio.

O requerimento de Kajuru, porém, não cita a partida de São Januário, mas outros jogos em que Daiane e Claus atuaram juntos.

“Provavelmente em razão da qualificação e do prestígio internacional de ambos, no Campeonato Brasileiro de 2023 os dois Juízes foram escalados como dupla em onze partidas das trinta e oito rodadas da competição. A título comparativo, outras duplas de Juízes foram escaladas em, no máximo, três partidas, o que caracteriza uma evidente distorção na escala de árbitros”, diz o requerimento assinado por Kajuru.

O presidente do STJD, José Perdiz de Jesus, o oficial de Integridade da CBF, Eduardo Gussem, o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Anderson Dudena também foram convidados.

Entre dirigentes de times, a CPI aprovou os convites aos presidentes do Tombense-MG, Lane Gaviolle, e do Londrina-PR, Getúlio Marques Castilho. Uma partida entre os clubes, pela Série B de 2023 é alvo de suspeita de manipulação e está sob investigação do STJD, segundo Kajuru. O jogo, ocorrido em 19 de maio do ano passado, foi vencido pelo time paranaense por 2 a 0.

Veja os outros que tiveram convites aprovados na CPI:

Thairo Arruda - CEO do Botafogo

Wilson Luiz Seneme - presidente da Comissão de Arbitragem da CBF

Hélio Santos Menezes Junior - diretor de Governança e Conformidade da CBF

Felippe Marchetti - representante da empresa SportRadar AG

Tiago Horta Barbosa - chefe de integridade para a América Latina da empresa Genius Sports

Emanuel Macedo de Medeiros - presidente da Sport Integrity Global Alliance - SIGA Latin America

Ronaldo Botelho Piacente - procurador-geral do STJD

Júlio Avellar - diretor de Competições da CBF, como testemunha

Representante legal da Loterj

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