Futebol

Ídolo da Bolívia, Marcelo Moreno minimiza altitude e diz: 'Não é desumano'

Maior artilheiro da história da seleção boliviana reflete sobre atuações em cidades elevadas e não vê problema em jogos nestas regiões; confira a entrevista exclusiva ao band.com.br

Por Vinícius Batista

Marcelo Moreno em ação pela seleção boliviana
Marcelo Moreno em ação pela seleção boliviana
Divulgação

Marcelo Moreno definitivamente aposentou as chuteiras. O agora ex-jogador de 36 anos decidiu encerrar a sua carreira dentro dos gramados para seguir em outras frentes. Entre elas, a possibilidade de ser técnico de futebol, já que o boliviano já possui a licença PRO de treinadores.

Ídolo do Cruzeiro e maior artilheiro da história da seleção boliviana, Marcelo Moreno revelou, em entrevista ao Band.com.br, que não vai mais voltar para os gramados e que a decisão da aposentadoria está tomada. O ex-jogador explicou os motivos de pendurar as chuteiras e, inclusive, destacou que o falecimento de seu pai acabou influenciando na decisão.

“No futebol, como jogador, não existe nenhuma possibilidade de eu voltar. Já está super bem decidido, bem pensado. Já está decidido com minha família. Não foi uma decisão fácil, mas eu tinha que tomar essa decisão", iniciou.

“Eu não estava sendo o Marcelo Moreno que eu era. Perdi um referente na minha vida, que foi meu pai, e isso pesou bastante para tomar minha decisão, que está muito bem tomada. Não estava conseguindo mais por conta da perda de uma referência” - Marcelo Moreno

Ídolo do Cruzeiro, Marcelo Moreno demonstra um carinho muito especial pelo clube celeste, no qual defendeu por cinco anos e acumula quatro passagens. Além disso, foram 142 jogos e 53 gols com a camisa da Raposa e outros quatro títulos. A equipe mineira fez tudo o que o atacante queria, o que torna a aposentadoria mais especial.

“Sou muito grato ao Cruzeiro por tudo que eles fizeram por mim. Os caras sempre me trataram super bem. Essa minha volta se baseia em toda essa amizade que você tem com o clube. E tudo foi como eu queria. Vou guardar isso pelo resto da vida."

Se Marcelo Moreno foi fazedor de gols e um centroavante nato dentro dos gramados, na área técnica o maior artilheiro da história da seleção da Bolívia quer fazer o seu nome. Em busca de se afirmar como treinador, o ex-jogador afirmou que vai estudar e "parar um pouco" antes de se aventurar na área pontilhada.

“Agora, eu vou continuar ganhando mais experiência e conhecimento. Quero viajar um pouco e conhecer um pouco mais dos métodos de fora. Isso vai me ajudar muito como treinador. Vou esperar um ano aí para voltar e exercer minha profissão por onde eu passei. Vou me preparar bem para ser um grande treinador", contou.

Mesmo com pouca experiência, Marcelo Moreno já recebeu sondagens de alguns clubes. Segundo o ex-jogador, equipes do Brasil e da Bolívia o consultaram para um início de trabalho.

“Sempre tem os curiosos, né? Clubes da Bolívia e do Brasil me procuraram, mas mais como sondagem. Se eu falasse ‘sim’, a gente poderia formalizar alguma coisa."

“Choro é livre”

Marcelo Moreno também comentou na entrevista ao band.com.br o polêmico tema da altitude. Após a derrota por 2 a 1 do Flamengo para o Bolívar, o atacante Bruno Henrique disse que jogar em La Paz, a 3.600 metros acima do nível do mar, era desumano, termo utilizado pelo técnico Tite, quando comandava a seleção brasileira, antes da goleada do Brasil por 5 a 0 sobre a Bolívia. O ex-jogador deu fortes declarações sobre o tema.

“Eu já ouvi de tudo. Eu joguei por 17 anos na seleção, e só quando eu vou para a seleção que eu escuto sobre a altitude. Quando ganham, eles saem felizes, não falam nada…mas quando perdem, o choro é livre”

“Realmente você sente a altitude, mas se você estiver preparado dá para jogar normal. Obviamente que a velocidade da bola é outra, o passe mais rápido, mas você tem que se adaptar. Desumano? Acho que não é. Ninguém morreu, dentro ou fora de campo, por efeitos de altitude", finalizou.

Enquanto Marcelo Moreno aproveita a aposentadoria, clubes brasileiros e estrangeiros se preparam nas Copas Libertadores e Sul-Americana para enfrentar os efeitos da altitude não só na Bolívia, mas em outros países da América do Sul, possível destino do ex-jogador, quem sabe, como treinador.

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