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Chuvas no RS deixam ao menos 126 mortos e afetam quase 2 milhões de pessoas

Há 143 pessoas desaparecidas e 756 ficaram feridas. Quase 10 mil animais foram resgatados

Da Redação

Seguem os resgates no RS
Seguem os resgates no RS
Jurgen Mayrhofer/SSPS

As chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril já deixaram pelo menos 126 pessoas mortas, segundo boletim divulgado pela Defesa Civil gaúcha às 18h desta sexta-feira (10). Há 141 pessoas desaparecidas e 756 ficaram feridas.

Até o momento, 441 dos 497 municípios gaúchos foram atingidos pelas enchentes, totalizando quase 2 milhões de pessoas afetadas. Conforme o boletim, 71,4 mil pessoas estão em abrigos e mais de 339,9 mil estão desalojadas.

Desde o fim de abril, pelo menos 70 mil pessoas foram resgatadas e um efetivo mobilizado para auxiliar as vítimas é de 27.218, além de 3.466 viaturas, 41 aeronaves e 340 embarcações. 

A Defesa Civil também divulgou o balanço de animais resgatados. Segundo o órgão, desde o início das chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, cerca de 9.984 foram resgatados.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu um alerta para que pessoas resgatadas de áreas atingidas pelas chuvas não retornem a estes locais. “O solo dessas localidades continua instável, com o terreno alagado e perigo de deslizamentos”, disse a tenente Sabrina Ribas, da comunicação da Defesa Civil.

Fortes chuvas devem atingir o RS 

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuvas fortes no Rio Grande do Sul a partir desta sexta-feira (9). A expectativa é de que se prolongue até o domingo (12) com maior intensidade entre o centro-norte e leste do estado, incluindo o litoral norte e o sul de Santa Catarina.

“Neste período, os volumes de chuva podem passar dos 100 milímetros (mm). Ainda conforme a previsão, os ventos mudarão de direção e soprarão predominantemente de sul. Entre o fim do domingo (12) e a segunda-feira (13), as rajadas variam de oeste a sul e após sul, com velocidade acima de 30 km/h. Já na terça-feira (14), os ventos enfraquecem”, informou o instituto.

Ainda segundo o Inmet, a instabilidade, em particular no Rio Grande do Sul neste fim de semana, decorre do recuo de uma frente fria de Santa Catarina para o estado, após uma frente quente, permanecendo então por lá “causando áreas de instabilidade e um gradual ingresso de ar frio”.

Pacote de R$ 51 bi ao Rio Grande do Sul

São 12 medidas que devem atender 3,5 milhões de pessoas atingidas pela tragédia no Rio Grande do Sul. Na lista, estão a antecipação do pagamento do abono salarial, do Bolsa Família e do auxílio gás. Os gaúchos também terão prioridade na restituição do Imposto de Renda. São mais de 1,5 milhão de declarações.

O governo também anunciou a liberação de duas parcelas a mais do seguro-desemprego e uma oferta de crédito mais barato para empresas e produtores rurais.

Nas contas do governo, o pacote é de quase R$ 50,9 bilhões. A maior parte, de R$ 40,8 bilhões, é de linhas créditos. A União injetará R$ 7,7 bilhões para garantir financiamentos mais baratos. Cerca de R$ 10 bilhões são de antecipação dos programas sociais, como Bolsa Família.

Outras medidas de ajuda ao Rio Grande do Sul ainda são estudadas pelo Palácio do Planalto. Uma delas é a suspensão da dívida do estado com a União, o que permitirá que o governo gaúcho faça obras de recuperação.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que as medidas não afetarão os investimentos em programas de outros estados. A medida provisória que prevê o pacote dividido tem vigência imediata.

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