Jornal da Band

Lula diz que veto de candidatura da oposição na Venezuela é grave

Lula recebeu Emmanuel Macron em Brasília, no último dia da visita oficial do líder francês ao país. Os dois presidentes demonstraram preocupação com as eleições na Venezuela

Carolina Villela

Lula recebeu Emmanuel Macron em Brasília, no último dia da visita oficial do líder francês ao país. Os dois presidentes demonstraram preocupação com as eleições na Venezuela.

Com mais de uma hora de atraso, o presidente da França foi recebido no Palácio do Planalto com honras militares.

Emmanuel Macron foi recepcionado pelo presidente Lula e a primeira-dama, Janja. Ministros do governo compareceram em peso. Depois de uma reunião a portas fechadas entre os dois presidentes, Macron recebeu uma condecoração do governo brasileiro e retribuiu o gesto

Além das agendas ambiental, econômica e política, Lula e Macron conversaram sobre a guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Também demonstraram preocupação com as eleições na Venezuela - depois que a candidata de oposição Corina Yoris foi impedida de registrar sua candidatura - e defenderam um processo justo.

 “É grave que a candidata não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida pela justiça. Me parece que ela se dirigiu até um lugar e tentou usar o computador do lugar e não conseguiu entrar. Então, foi uma coisa que causou prejuízo a uma candidata que, por coincidência, leva o mesmo nome da candidata que tinha sido proibido de ser candidata”, disse Lula.

Uma das agendas mais importantes para o Brasil é o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, emperrado há mais de 20 anos. Macron fez críticas ao texto atual, que, para ele, precisa incluir obrigações ambientais.

“O Brasil não está negociando com a França. O Mercosul está negociando com a União Europeia. Não é um acordo bilateral entre Brasil e França. É acordo comercial de dois conjuntos de países”, explicou Lula.

Ainda assim, o clima da visita foi leve. Em três dias, Macron passou por Belém, onde anunciou um investimento de R$ 5,4 bilhões na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa. Participou do lançamento de um submarino no Rio de Janeiro e fez vários elogios ao brasil, especialmente à forma como o país protegeu a democracia depois dos ataques do oito de janeiro.

A visita marcou a retomada da relação entre os dois países. Brasil e França assinaram mais de vinte acordos que envolvem áreas como meio ambiente, tecnologia, defesa, segurança e saúde. Também renovaram o plano de ação de parceria estratégica.

A França é o terceiro maior investidor estrangeiro no Brasil. Em 2023, o comércio bilateral movimentou mais de R$ 40 bilhões.

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