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Empresa de alimentos começa vender etanol hidratado de soja

O etanol é produzido a partir do melaço de soja, resultante do processamento do SPC (Proteína Concentrada de Soja)

Da Redação

Empresa de alimentos começa vender etanol hidratado de soja
Empresa brasileira vai produzir etanol hidratado de soja
Marisa Horikawa/Embrapa

A Caramuru Alimentos anunciou, nesta terça-feira (15) que iniciou a comercialização do etanol hidratado de soja produzido em seu complexo industrial em Sorriso, no Mato Grosso. A nova atividade vem para atender uma tendência mundial: de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), a demanda por biocombustíveis deve crescer cerca de 22% nos próximos quatro anos. Isso equivale a 35 milhões de litros anuais durante o período de 2022 a 2027.

A iniciativa da produção do biocombustível etanol, com a matéria-prima soja, é pioneira na indústria global. As experiências atuais são a partir de cana-de-açúcar, milho ou beterraba. O etanol é produzido a partir do melaço de soja, resultante do processamento do SPC (Proteína Concentrada de Soja). Neste processo, todo o potencial dessa matéria-prima é reaproveitado com alta eficiência energética, minimizando os impactos ambientais e maximizando o potencial da economia circular.

A unidade industrial está instalada em Sorriso (MT) e tem capacidade anual de 9,5 milhões de litros de etanol hidratado. Destes, 72% serão comercializados no mercado interno brasileiro e 28% consumidos na planta como insumos. 

Etanol de soja

A produção de etanol que utiliza o melaço de soja é similar ao processo de produção de etanol a partir do melaço de cana-de-açúcar, mas este outro gênero de etanol traz algumas inovações. Isso porque, com a tecnologia para a sua geração, todo o potencial da matéria-prima da soja é aproveitado com alta eficiência energética, minimizando os impactos ambientais. A produção de etanol de soja na indústria reduz a dependência do combustível gerado por outras matérias-primas e evita novas emissões de CO2, além de aumentar a oferta de combustíveis não-fósseis.

Outro ponto é que a transformação do melaço em etanol representa um aumento do valor agregado do produto, o que reduz custos e aumenta receitas. Atualmente, as empresas precisam comprar etanol no mercado e utilizá-lo como solvente para produzirem o concentrado proteico. Com a produção própria de etanol, as indústrias de SPC conseguem eliminar a necessidade de compra do insumo. 

Na unidade, a empresa já produz Farelo de Soja Hipro, Óleo, Lecitina e Proteína Concentrada de Soja (SPC). Ao processar a soja, serão produzidos simultaneamente energia elétrica (através da cogeração), biodiesel e etanol hidratado. 

O projeto é tido como pioneiro e inovador e foi financiado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. A planta é uma das primeiras no Brasil e no mundo a produzir etanol de soja em escala comercial. 

O etanol hidratado, além de ser usado como combustível para veículos, na sua forma pura, é também matéria-prima industrial, utilizado na fabricação de perfumes, materiais de limpeza, solventes e tintas. 

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