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Morre Júlio Lobo, aos 64 anos, astrônomo do Observatório de Campinas

A causa da morte foi tromboembolismo pulmonar, de acordo com a família

Da Redação

Morre Júlio Lobo, aos 64 anos, astrônomo do Observatório de Campinas
Divulgação

Morreu, neste domingo (26), o astrônomo Júlio Lobo. Ele atuou 47 anos no Observatório Municipal de Campinas Jean Nicolini. O falecimento foi confirmado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas. Ele deixa esposa e três filhos. A causa da morte foi tromboembolismo pulmonar, de acordo com a família. O velório será a partir das 12h desta segunda-feira (27), no Cemitério da Saudade, em Campinas (SP), e o sepultamento ocorre às 15h, no mesmo lugar.

Nascido em 7 de janeiro de 1960, Júlio Lobo se autodenominava contador de histórias do universo e estudioso de lendas, mitos e curiosidades. Ele contava que quando tinha cerca de 9 anos, entre 1969/70, viu uma coisa fantástica, colorida passar no céu deixando um rastro luminoso, que muito o intrigou. Ao perguntar para o pai, soube tratar-se de um meteoro. Na época, seu pai adquiriu a enciclopédia Barsa - o equivalente à Wikipédia atual - e foi lá que ele começou a pesquisar sobre o assunto. "Essa foi a mola da minha opção pela astronomia".

Júlio Lobo integrava o seleto grupo de "caçadores de meteoros", rede de astrônomos amadores e profissionais que se ocupam de estudar os fenômenos estelares. Atuou no Observatório Jean Nicolini desde os 17 anos. Começou como estagiário em 1977, mesmo ano de inauguração do local, então denominado Estação Astronômica de Campinas. Esse foi o primeiro Observatório municipal do Brasil, além de ser pioneiro na oferta de ação educativa regular.

Ele teve como mentor o próprio Jean Nicolini, que, segundo suas palavras, "ensinou o céu para ele". Tinha como missão aproximar as pessoas ao Universo para construir legados e transformar vidas. "Eu sou a evolução da poeira estelar e o delicado bater de asas de uma borboleta". 

Nos últimos meses, Júlio Lobo tinha projetos de fazer Astronomia Cultural que, como ele próprio explicava, é a relação do ser humanos com a noite estrelada. E também fazer atividades com contos, lendas e mitologias do céu e da natureza. 

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