O prefeito de Rio Preto-SP, Edinho Araújo, e o superintendente do Semae, Nicanor Batista Jr., assinaram, na tarde desta segunda-feira (28), a ordem de serviço, autorizando uma empresa a iniciar o desassoreamento dos Lagos 1 e 2 da Represa Municipal. Também será feito o desassoreamento de um trecho do córrego dos Macacos, localizado da rua Benvindo Mariano Mendes até a marginal avenida Mario Andreaza.
O contrato ainda prevê o plantio de 14.682 mudas de espécies nativas para reposição da vegetação ciliar. O investimento global é de quase R$ 25 milhões e o prazo do contrato é de 14 meses. Para o prefeito Edinho Araújo, a Represa Municipal é um cartão postal da cidade. “O local reúne famílias para momentos de lazer. É uma reivindicação da população. Por isso, o Poder Público tem o dever de cuidar de seu patrimônio. Também há a questão ambiental. Foram feitas muitas tratativas, planejamento e análises em logística, uma vez que é uma obra complexa de grande vulto.”
Serão retirados, no total, 126 mil toneladas de material sedimentar, correspondendo a um volume de 73,1 mil metros cúbicos. Serão necessárias seis mil viagens de caminhões para transportar o material. O material sedimentar desassoreado da Represa Municipal será encaminhado ao aterro sanitário da Constroeste, localizado na estrada Vicinal Antônio Gonçalves do Carmo, no município de Onda Verde. Já o material do Córrego dos Macacos, depois de passar por leito de secagem, vai para a área de bota-fora, localizada na avenida Paulo de Oliveira e Silva, cerca de 400 metros da obra.
O superintendente do Semae, Nicanor Batista Jr., salientou que foi executado estudo técnico para a realização do desassoreamento. “O estudo possibilitou que focássemos nos pontos estratégicos de acúmulo de material. A retirada desse sedimento possibilitará o uso de menos produtos químicos no tratamento, uma vez que a água captada terá mais qualidade. Há ainda o ganho de armazenamento de água, permitindo a redução do uso das águas dos poços no Aquífero Guarani, que possuem uma recarga de água muito lenta.”
As áreas com o maior acúmulo de sedimento foram definidas, usando o levantamento de cotas batimétricas, além de suas caracterizações granulométricas e químicas. Nos lagos municipais 1 e 2, será dragado um volume de 42 mil metros cúbicos, numa área de 16, 9 hectares. A estimativa é um ganho de 42 mil metros cúbicos de volume no armazenamento de água bruta no lago 1 e no lago 2.
Após batimetria realizada no lago 3 da Represa Municipal, constatou-se que não há necessidade de desassorear o lago. Levou-se, também, em consideração que peixes utilizam o local para reprodução e da construção de ninhos por espécies de animais locais. No córrego dos Macacos, a área de intervenção é de 98,5 mil metros quadrados. Os 37,3 mil metros cúbicos de material desassoreado serão depositados na área do bota-fora, que tem 18 mil metros quadrados de extensão.
Durante o desassoreamento nos lagos 1 e 2 e no Córrego dos Macacos, as captações de água nos lagos 1 e 3 serão suspensas, respectivamente, devido à elevação do material compactado, no momento de sua retirada. O chefe de Captação de Água do Semae, Carlos Fossa, explicou que a população, de aproximadamente 100 mil pessoas, abastecidas pela ETA, terá o regular e constante acesso à água em suas residências.
“Os bairros abastecidos pela Estação de Tratamento de Água ETA - Palácio das Águas dispõem de sistema de interligação com os sistemas de poços profundos Bauru e Guarani”, explicou Fossa.
Segundo o assessor de Ações Estratégicas do Semae, Luiz Guilherme Braga, o assoreamento em corpos hídricos pode ser causado por descarte irregular de sedimentos sólidos, desmatamento e alterações na disposição do solo. “Sem a devida proteção das matas ciliares, o assoreamento ocorre de modo mais rápido, trazendo vários malefícios às pessoas e aos animais. Utilizando analises granulométricas, notou-se que o material a ser desassoreado nos lagos municipais e córrego dos Macacos é composto de areia fina, silte e argila.”
Braga informou ainda que ao retirar esse sedimento, aumenta a capacidade de reservação de água bruta, o que permite a diminuição da reprodução de algas, bem como melhorar a qualidade da água captada.
Meio Ambiente
Para a realização da obra, foram emitidas pela CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, duas licenças ambientais. No momento das operações de escavações, será evitada a supressão de árvores nativas, preservando-as para minimizar o impacto ambiental da intervenção.
Concluída a obra, será realizado um plantio de mudas nativas para recomposição da vegetação ciliar. Por meios dos TCRA - Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, serão plantadas 6.676 mudas no Córrego dos Macacos e 8.006 mudas na fazenda Iboruna, totalizando 14.682 mudas de espécies nativas. O plantio será administrado pela prefeitura de Rio Preto.
Haverá obras, de responsabilidade da Constroeste, a fim de adequar os dispositivos de drenagem urbana e de controle de erosão, nas margens dos córregos da Baixada e dos Macacos para o escoamento superficial. A empresa contratada também será responsável pelas sinalizações diurna e noturna das áreas em obras e dos desvios de trânsito que venham a ocorrer.
Informação: Tarcísio Amorim/Semae