Arapeí é a menor cidade do Vale do Paraíba segundo Censo de 2022

De acordo com informações publicadas pelo IBGE a cidade conta com 2.330 habitantes

Redação Band Vale

Arapeí é a menor cidade do Vale do Paraíba segundo Censo de 2022
A cidade apresentou uma queda populacional em relação ao último Censo realizado em 2010
Divulgação/ PMA

A cidade de Arapeí, interior de São Paulo, foi a cidade com menor número de habitantes da região do Vale do Paraíba segundo dados do Censo de 2022, divulgados nesta quarta-feira (28).

De acordo com informações publicadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a cidade conta com 2.330 habitantes. A cidade apresentou uma queda populacional em relação ao último Censo realizado em 2010.

No ano de 2010 foram contabilizados 2.493 habitantes. O número representa uma queda de aproximadamente 6.5%

História de Arapeí

Localidade de Arapeí teve sua origem na 9ª Sesmaria de Bananal, constituindo um dos pontos do Caminho Novo criado para escoar a produção do Brasil colônia.

Em 1783, o governo colonial traçou o objetivo de povoar o Caminho Novo de ligação para o Rio de Janeiro e para as Minas Gerais. Com isso, o Capitão-Mór Manoel da Silva Reis recebeu a missão de distribuir, a pessoas de sua confiança, 13 sesmarias criadas na região. A 9ª sesmaria, no rio Bananal, foi destinada a João Barbosa de Camargo.

O povoado, então denominado Alambari, atingiu seu apogeu no Ciclo do Café (século XVIII), época em que teve relevante papel na vida do Vale do Paraíba, integrando o poderio econômico dos Barões do Café de Bananal.

Com a queda de produtividade nos cafezais da região no final do século XIX, passou a basear sua economia na pecuária leiteira.

Após a proclamação da República, o povoado foi elevado à condição de Distrito, com o nome Alambari, pelo decreto nº 169, de 15 de maio de 1891, subordinado ao município de Bananal.

Em 1º de outubro de 1892 a Lei Estadual nº 112 extinguiu o Distrito, anexando sua área ao território de Bananal.

Na primeira metade do século XX contribuiu decisivamente para a economia do município, diversificando fontes de produção agrícola (exportação de 2 milhões de cruzeiros, moeda da época, em verduras, frutas e legumes), produção de leite (120 mil litros por mês), exportação de carvão vegetal (20 mil sacos por mês), fabricação de tecidos (média de 1.200 metros de tecidos de algodão por dia) e extração de madeira.

Em 30 de novembro de 1944, já com seu nome atual, Arapeí passou a Distrito de Bananal por força da Lei Estadual nº 14.334.

Ao final da década de 40, suas riquezas naturais e históricas, além de suas características econômicas, foram descritas em texto de Ruy Barbosa D´Avila para a publicação “Poliantea de Bananal”, de Alcides Peixoto:

“ ARAPEÍ - (…) Contando com 150 casas, aproximadamente e uma população urbana de 800 a 1.000 habitantes, oferece, entretanto no momento, perspectivas de progredir, o que já vem se evidenciando desde que, elevada à categoria de vila, dotou-se de um Grupo Escolar, Cartório de Paz, Subprefeitura e Subdelegacia de Policia. Concorreu grandemente para reanimar a iniciativa particular que instalou, no perímetro urbano, uma fábrica de tecidos, já em funcionamento, operando com 150 teares e aguardando oportunidade para ser ampliada.

Circundada por montanhas de aspectos pitorescos, detém junto a elas propriedade agrícolas, pastoris e industriais de apreciável monta como “Haras Santa Anita”, “Haras Guanabara”,, Fazendas “São Luiz”, “Caxambú”, “São Francisco”, “Campo Alegre”, “Capitão Mór” e outras com suas quedas d´água, culturas diversas de cereais e hortaliças, além de outras propriedades mais afastadas que circunscrevem toda uma vastidão de reservas florestais.”

Por volta de 1950, a inauguração da rodovia Presidente Dutra esvaziou o tráfego da antiga rodovia Rio-São Paulo e relegou as localidades cortadas por ela a mais um período de adversidades econômicas.

Desde então, o segmento turístico passou a ser o principal foco de Arapeí, graças às suas riquezas naturais, ao artesanato e ao seu diversificado patrimônio cultural.

Por outro lado, na esfera política a influência do então Distrito nas eleições de Bananal, elegendo vários representantes na Câmara de Vereadores e sendo fator decisivo na escolha de Prefeitos, culminou na luta por um plebiscito para definir sua emancipação político-administrativa.

O desmembramento de Bananal veio em 19 de maio de 1991 num resultado plebiscitário que beirou os 100% dos eleitores. A data do plebiscito seria escolhida para celebrar o Dia do Município.

Em 31 de dezembro do mesmo ano foi oficialmente criado o Município de Arapeí pela Lei nº 7.664, especificando sua divisão territorial. Suas divisas sofreram uma pequena modificação pela Lei Estadual nº 9.330, de 27 de dezembro de 1995 e permanece inalterada desde então junto ao IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico.

As primeiras eleições para prefeito e vereadores ocorreram em outubro de 1992 e a instalação do município de Arapeí se deu em 1º de janeiro de 1993 com a posse do Prefeito e Vereadores eleitos.

Desde então, a infraestrutura como município, iniciada praticamente do zero, vai sendo conquistada a passos largos rumo a um desenvolvimento sustentável que implique em melhor qualidade de vida a seus cidadãos.

Ao mesmo tempo, Arapeí preserva seu conjunto arquitetônico e o jeito adorável de cidade pequena do interior, conquistando a simpatia e a preferência de turistas.

A paz acolhedora da cidade é cada vez mais valorizada, num contraponto ao contexto atribulado da vida urbana nos grandes centros populacionais.

*Informações obtidas em www.arapei.sp.gov.br

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