Após se entregar à Polícia Federal na madrugada desta sexta-feira (22), o ex-jogador Robinho agora enfrenta a realidade do sistema prisional brasileiro. Condenado a 9 anos de prisão por estupro, ele iniciou sua estadia na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, conhecida como a "cadeia dos famosos".
Rotina de Robinho na prisão
A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) divulgou informações sobre a rotina do ex-atleta durante seus primeiros dias na prisão. Robinho está alojado em uma cela destinada ao regime de observação, medida padrão que perdura por 10 dias. A cela, com dimensões de 2m x 4m, originalmente projetada para dois ocupantes, atualmente abriga apenas o ex-jogador.
A visitação de familiares ainda não está autorizada, seguindo o regulamento da penitenciária. Os parentes de Robinho poderão visitá-lo somente após o término do período de observação, após o qual será permitido o credenciamento para visitas.
Durante o processo de inclusão, o ex-jogador recebeu um número de matrícula no sistema prisional e um kit padrão, composto por uniforme, materiais de limpeza e higiene pessoal, entre outros itens básicos. Quanto à alimentação, Robinho segue o cardápio padrão da SAP, fornecido a todos os custodiados da penitenciária.
Robinho preso
A chegada de Robinho aconteceu sob forte chuva. Dois carros da Polícia Federal participaram do transporte do ex-jogador. Na quinta-feira (21) à noite, Robinho foi levado até a sede da PF, por volta de 20h. Ele entrou por uma porta lateral, para despistar a imprensa. Antes de ir para Tremembé, o ex-jogador passou por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) de Santos.
“Cadeia dos famosos”
O destino do acusado é a P2 de Tremembé (SP), conhecida como a “Cadeia dos Famosos”. A penitenciária é conhecida nacionalmente por abrigar detento de casos de grande repercussão, como Alexandre Nardoni, Gil Rugai, Cristian Cravinhos e Lindemberg Alves (Veja mais sobre o crime de cada um deles abaixo).
A Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, popularmente conhecida como P2, costuma receber presos de casos de grande comoção social. A unidade tem capacidade para mais de 390 presos entre o regime semiaberto e fechado. Construída em 1948, a Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado passou por uma reestruturação significativa após uma rebelião em 2000, que resultou na destruição parcial de suas instalações.
Desde 2002, tornou-se destino para os denominados "presos especiais". Em reconhecimento à sua gestão exemplar, a penitenciária recebeu o prêmio de "Modelo de Gestão Penitenciária" em 2003. A capacidade da penitenciária é projetada para acomodar até oito presos por cela, sem enfrentar problemas de superlotação. Ademais, há nove celas individuais disponíveis.
Oferecendo oportunidades de trabalho e educação, os detentos têm acesso a uma variedade de atividades produtivas, como a participação em uma oficina de reforma de carteiras escolares, uma fábrica de fechaduras, uma unidade de produção de pastilhas desinfetantes para vaso sanitário, e uma oficina de artesanato. Além disso, são oferecidas aulas de teatro e grupos de leitura, visando à reabilitação dos detentos e à remição de suas penas.
A unidade está integrada a um complexo prisional da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o qual inclui mais quatro unidades na mesma cidade. Essas instalações compreendem três penitenciárias e um centro de progressão. Entre elas, a P1 Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier é destinada à custódia de detentas ilustres como Suzane Richthofen, Elize Matsunaga e Ana Carolina Jatobá.
Os "detentos famosos" e seus respectivos status na P2 de Tremembé são:
- Alexandre Nardoni: Continua na P2 de Tremembé;
- Cristian Cravinhos: Continua na P2 de Tremembé;
- Daniel Cravinhos: Já deixou a prisão;
- Gil Rugai: Continua na P2 de Tremembé;
- Pimenta Neves: Deixou a P2 em 2016;
- Mizael Bispo: Beneficiado com o regime aberto;
- Edinho (filho de Pelé): Saiu da prisão em 2019;
- Roger Abdelmassih: Segue cumprindo pena;
- Fabinho Fontes: Já deixou a prisão;
- Lindemberg Alves: Cumpre pena no regime semiaberto.
Caso Robinho
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu na quarta-feira (20), por 9 a 2, que Robson de Souza, nome do ex-jogador de futebol Robinho, deve cumprir no Brasil a pena de nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo ao qual foi condenado na Itália.
Os ministros do STJ não examinaram as provas e o mérito da decisão da Justiça italiana, mas julgaram se foram preenchidos todos os requisitos legais para que a pena de prisão seja cumprida no Brasil, conforme requerido pela Itália.
Robinho foi condenado na Itália em 2017 pelo crime que aconteceu em 2013, na boate Sio Cafe, em Milão, e a vítima era uma jovem albanesa. Outros cinco brasileiros foram denunciados por participação no caso, mas apenas Robinho e Ricardo Falco foram levados a julgamento na Itália.
Em 2022, a corte italiana julgou a última instância e chegou ao veredito final da condenação de Robinho por nove anos. Por ser cidadão brasileiro, o jogador não foi extraditado.