O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) concedeu nesta quarta-feira (28) prisão domiciliar ao médico Álvaro Ianhez, condenado a mais de 20 anos de prisão pela morte e retirada ilegal de órgãos de uma criança de 10 anos em 2000, em Minas Gerais. Ianhez estava preso na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, conhecida como P2, em Tremembé (SP), uma unidade que abriga presos de casos de grande repercussão.
Álvaro Ianhez foi condenado em abril de 2022 a 21 anos e 8 meses de prisão por homicídio duplamente qualificado. A condenação foi determinada pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte, após ser comprovado que ele participou da retirada irregular dos órgãos da criança, Paulo Pavesi. Segundo o Ministério Público, os documentos que atestaram a morte cerebral de Paulo foram forjados com o objetivo de facilitar a retirada dos órgãos para doação.
A decisão do TJSP foi baseada em um Habeas Corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que autorizou a prisão domiciliar do médico. O despacho emitido pela Justiça de São Paulo indicou que a íntegra da decisão do STJ ainda não foi disponibilizada, mas o cumprimento da ordem foi imediato.
O caso
O caso ocorreu em Poços de Caldas, no Sul do estado, em 2000. O menino caiu da casa onde morava, de uma altura de cerca de dez metros. No hospital, o menino passou por uma série de exames, recebeu doses extras de medicamentos e anestesia. Segundo a investigação, um exame alterado indicou morte encefálica, em seguida o médico removeu os órgãos de Paulo Pavesi.
Preso na P2 de Tremembé (SP)
A Penitenciária P2 de Tremembé, onde Ianhez estava preso, é conhecida por abrigar detentos envolvidos em casos de grande comoção social, como o ex-jogador Robinho e Cristian Cravinhos, condenado pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen. A unidade tem capacidade para mais de 390 presos, divididos entre os regimes semiaberto e fechado.