Com a chegada do inverno, o Litoral Norte de São Paulo costuma receber visitantes inusitados, os Pinguins de Magalhaes. Durante o período entre maio e outubro, os pequenos nadadores costumam percorrer o Oceano Atlântico saindo da patagônia argentina, até o litoral do sudeste brasileiro.
O motivo desse êxodo é a busca por águas mais quentes e também a alimentação. Como explica a bióloga marinha e diretora executiva do Instituto Argonauta, Carla Beatriz:
“Os pinguins vivem na Patagônia Argentina e acabam saindo em busca de aguas mais quentes e para se alimentar. Esse processo é natural e os indivíduos jovens estão aprendendo a se virar sozinho”
Segundo o instituto argonauta, até a metade de julho, cerca de 75 pinguins foram resgatados nas cidades do Litoral Norte, número considerado pequeno. Em 2020 por exemplo foram mais de 600 animais resgatados no mesmo período.
O que acende um sinal de alerta, é o estado em que esses animais estão sendo encontrados, muitas vezes cansados, debilitados ou até mortos. Destes 75, somente 23 foram resgatados com vida.
A bióloga Carla Beatriz, ressalta que as constantes degradações ao meio ambiente estão afetando o estado de saúde desses animais. De acordo com Carla, “Os desafios que os animais vem passando são muitos, temos a mudança da temperatura da agua, a diminuição dos alimentos e o que eles encontram pelo caminho como o lixo, a poluição, e acabam se contaminando."
Orientações para a população
O Instituto Argonauta orienta a população em caso de aparições de pinguins. O primeiro passo é acionar imediatamente o instituto, pelo telefone 0800-642-3341.
No caso das embarcações, a regra é não perseguir o animal, pois além de assusta-lo, o risco de atropelamento é grande. Já no caso dos banhistas, a orientação é não puxar o animal da água e não colocá-lo em caixas de gelo, tendo em vista que os pinguins, nesta época do ano, precisam ser aquecidos e não resfriados. Uma caixa de papelão, por exemplo, seria o suficiente.