O Vale do Paraíba registrou um aumento de 600% nas queimadas entre 1º de janeiro e 30 de maio de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023, segundo dados levantados pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Luiz de Aragão.
O registro de queimadas tem se intensificado no Vale do Paraíba, e a grande maioria desses casos tem como principal causa a ação humana. Na região do Vale do Paraíba, há a cultura de usar a ferramenta fogo, como explica o doutor em ciência ambiental, professor Paulo Sena.
“As queimadas no Vale do Paraíba são práticas comuns realizadas por agricultores, pecuaristas e outros grupos sociais como forma de manejo da terra. No entanto, essa prática tem consequências significativas para a biodiversidade local.”
Relação com os Grupos Sociais
Os diferentes grupos sociais no Vale do Paraíba possuem práticas e visões distintas em relação ao uso do fogo:
- Agricultores e Pecuaristas: Utilizam as queimadas como uma técnica rápida e de baixo custo para limpar áreas de cultivo e renovar pastagens.
- Comunidades Tradicionais: “Nossos caipiras” têm práticas de queimadas controladas e sustentáveis.
A transição para métodos agrícolas mais sustentáveis, como a agroecologia e o uso de técnicas de manejo que não envolvem queimadas, é importante. Investir em um programa de educação para mostrar e experimentar ferramentas para mitigar os impactos ambientais e promover uma agricultura mais sustentável é fundamental.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão responsável pelo monitoramento de queimadas no Brasil, detém tecnologias para ajudar a mitigar as queimadas em todo o país, como destaca Luiz de Aragão, pesquisador do INPE.
“O INPE detém a tecnologia para o monitoramento de queimadas. Essas tecnologias foram implementadas no final da década de 1980, quando se iniciou o uso de satélite de observação da Terra para detecção de focos de queimadas. Esses satélites são dotados de câmeras termais que detectam o calor na superfície terrestre.”
Problemas Ambientais
Desmatamento e Perda de Biodiversidade: As queimadas frequentemente resultam no desmatamento, reduzindo a cobertura vegetal nativa. Isso causa a perda de habitat para diversas espécies de flora e fauna, comprometendo a biodiversidade local.
Degradação do Solo: O fogo afeta negativamente a qualidade do solo, destruindo a matéria orgânica e os microrganismos essenciais para a sua fertilidade. O solo exposto torna-se mais suscetível à erosão, dificultando a recuperação das áreas queimadas.
Poluição do Ar: As queimadas liberam grandes quantidades de poluentes na atmosfera, incluindo monóxido de carbono, dióxido de carbono e partículas finas. Isso contribui para a poluição do ar e pode causar problemas respiratórios na população local.
Mudanças Climáticas: A liberação de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa provenientes das queimadas contribui para o aquecimento global. O desmatamento também diminui a capacidade de sequestro de carbono das florestas, agravando ainda mais as mudanças climáticas.
Impacto nas Águas: A vegetação tem um papel crucial na proteção dos recursos hídricos, ajudando a regular o fluxo dos rios e a manter a qualidade da água. As queimadas podem levar à sedimentação dos corpos d'água, afetando tanto a quantidade quanto a qualidade da água disponível.
Parceria entre Band Vale e Unifatea
Essa matéria foi escrita por alunos da Unifatea, em uma parceria com a Band Vale. O objetivo da parceira é permitir que os alunos produzam reportagens e tragam mais visibilidade para região do Vale Histórico, por meio de conteúdos jornalísticos.