O número de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 497,00 atingiu mais de 62 milhões de brasileiros em 2021. Os dados fazem parte do Mapa da Nova Pobreza, realizado pela FGV, e mostra que 9,6 milhões de pessoas entraram na linha de pobreza.
No estado de São Paulo, o Vale do Paraíba e Litoral Norte apresentaram a pior taxa: 21, 69% do total estariam abaixo da linha da pobreza. Conforme o levantamento, são mais de 563 mil pessoas que vivem com menos de R$ 497,00 por mês. Para o economista Rodolfo Arantes, o motivo disso tudo tem nome: pandemia.
“A economia sofreu um impacto muito forte. Muitas empresas e fornecedoras não tinham onde escoar seus produtos porque o comércio estava fechado. Muitas industrias da região aqui do Vale e Litoral infelizmente fecharam. A mesma coisa aconteceu com o comércio, e aí a gente viu shoppings fechados, e esse pessoal não suportava pagar funcionário para ficar em casa, então as pessoas foram demitidas.”
A nível nacional, o Maranhão teve a maior proporção de pobres, com 57,90%. Já o estado com menor taxa foi Santa Catarina, com 10,16%.
Para a assistente social e doutora em planejamento urbano, Débora Guedes, essa realidade é preocupante para a dignidade humana, já que envolve o acesso a direitos humanos e envolve a efetivação ou não de políticas públicas e sociais.
“Uma das maiores preocupações aqui da região do Vale do Paraíba que a gente deve ter é a miséria e a pobreza, sobretudo de toda a população, mas a nossa maior preocupação deve ser com os miseráveis. O que mais nos preocupa dentro desse escopo da dignidade humana é a questão da alimentação, quando a gente pensa que a cada 1 minuto temos cerca de três crianças morrendo de fome.”
A pobreza nunca esteve tão alta quanto em 2021. Mas ainda assim, a expectativa é que a partir deste ano os indicadores melhorem com a retomada econômica do país.