A greve dos servidores da Educação municipal deixa alunos de escolas municipais de São Paulo sem aulas.
A categoria está com os braços cruzados desde o dia 14 de outubro contra a Reforma da Previdência proposta pela Prefeitura.
De acordo com as queixas recebidas pela “Central de Ouvintes”, a estratégia adotada pelos grevistas é dispensar algumas turmas das unidades de ensino para fazerem os protestos.
O filho de Jesulindo Campos estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental Colégio Professor Levi de Azevedo Sodré, na zona sul de São Paulo.
Ele conta que os cancelamentos das aulas do filho são frequentes nas últimas semanas.
“Já tem umas três semanas que o colégio dele está de greve, hoje quando foi para aula, dispensaram ele e disseram que estão de greve até sexta-feira dessa semana.”
Na zona norte, a mãe de três crianças Cintia Machado também tem sofrido com a paralisação dos servidores.
No Centro Municipal de Educação Infantil Novo Mundo, os comunicados para dispensar as aulas das turmas têm sido cada vez mais comuns.
“Está complicado para adaptar a rotina, um dia com aula, na quinta-feira algumas turmas não terão aula e na sexta-feira não sabemos. Estão fica difícil essa programação. ”
Apesar da greve, a Prefeitura de São Paulo informou que as aulas têm sido realizadas na rede municipal.
O texto da Reforma da Previdência, aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal, propõe que todos os aposentados municipais que ganham mais de um salário mínimo passem a contribuir para a Previdência municipal.
Atualmente, contribuintes que recebem até R$ 6.533,57 estão isentos da contribuição, mas quem ganha acima disso paga uma alíquota de 14% em cima do que ganha.
Se o projeto passar, essa distinção deixa de existir.
Cerca de 63 mil servidores aposentados devem passar a contribuir, caso a proposta seja aceita.
Em nota, a prefeitura afirmou que a Reforma da Previdência municipal "segue regulamentação da Constituição para equacionar déficits".
Ainda de acordo com a administração, o governo "mantém diálogo permanente com todas as entidades sindicais e reafirma a preocupação com a sustentabilidade do sistema previdenciário municipal e com a responsabilidade fiscal".
Antes do segundo turno, o texto deve ser submetido a uma Comissão Especial de Estudos da Reforma da Previdência.
O grupo vai analisar a medida em até 30 dias para apresentar propostas de aperfeiçoamento do texto, antes da votação final.