A Anvisa suspendeu cautelarmente a autorização excepcional de importação da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. A medida foi anunciada nesta terça-feira (27) pela agência após o laboratório Bharat Biotech anunciar que suspendeu a parceria da Precisa Medicamentos para trazer o imunizante para o país.
No dia 4 de junho, a agência de Vigilância Sanitária autorizou a vinda de até 4 milhões de doses da vacina para uma aplicação controlada e que o Ministério da Saúde assinasse um termo de responsabilidade pela aplicação das doses. Foi a mesma autorização concedida para a vacina russa Sputnik, que teve um pedido de importação feito pelo Consórcio do Nordeste.
A suspensão cautelar para a importação foi decidida unanimemente pela diretoria colegiada da Anvisa. O relator Alex Machado Campos citou as suspeitas de falsificação em documentos apresentados pela Precisa para atuar em nome da Bharat no Brasil, além de citar que técnicos jurídicos da Anvisa realizam uma investigação com o laboratório indiano e o Ministério da Saúde sobre as condições da vacina.
Nesta segunda-feira (26), a agência cancelou o pedido de uso emergencial da vacina, que tinha sido apresentado pela Precisa Medicamentos.
Os problemas com a vacina indiana começaram quando os irmãos Miranda relataram pressões atípicas para a compra do imunizante pelo Ministério da Saúde. Existe ainda a suspeita de irregularidades no contrato de compra de 20 milhões de doses com valor de R$ 1,6 bilhão. O valor é o mais caro entre os contratos assinados pelo governo, que nega irregularidades.