O governo chinês anunciou nesta segunda-feira (9) o confinamento de bairros inteiros de Xangai e Pequim, duas das maiores metrópoles no país da política da Covid-Zero. A tolerância com casos da doença é muito baixa e o aumento nos números nos últimos dias voltou a preocupar autoridades e moradores, que demonstram exaustão com as medidas restritivas.
Moradores de 4 dos 16 distritos de Xangai, a cidade de 26 milhões de habitantes, estão proibidos de sair de casa e até de receberam encomendas. O transporte público não funciona e o controle de deslocamento é bem restrito. A região enfrenta medidas de isolamento desde fevereiro, quando surtos começaram a surgir na região, que tem o maior porto da China. A entrega de produtos de tecnologia já é afetada pela paralisação das atividades no complexo portuário.
Moradores têm reclamado dos planos de isolamento e afirmam estarem vivendo em verdadeiras prisões. A insatisfação aumenta em um momento que as autoridades buscam debelar as infecções do coronavírus até o fim de maio.
Em Pequim, a capital de 14 milhões de habitantes, a região Sudoeste da cidade foi trancada e a recomendação é que a população trabalhe de casa. Restaurantes, parques e academias estão fechados.
O fechamento de grandes cidades deve impactar no crescimento chinês, que deve ficar abaixo do previsto e tem impacto na economia global.
Nos últimos dias, a média de casos de Covid-19 na China tem ficado na casa de 22 mil registros diários. O número de mortes ainda é baixo. São 30 óbitos diários, número menor do que no Brasil, que tem média de 89 mortes diárias.