Um fotógrafo que se acostumou a ver a “cidade em retratos” e que, aos 46 anos, segue em busca de novas maneiras de mapear São Paulo, para se perder e se encontrar simultaneamente. Tuca Vieira considera curioso, inclusive, que foi ao sair da capital paulista que percebeu a cidade pela primeira vez. “Eu me mudei para Belo Horizonte. E quando olhamos as coisas de fora, a compreensão é diferente. Sempre que voltava, era como se estivesse vendo a capital paulista pela primeira vez”.
Na fotografia, Tuca Vieira encontrou ainda adolescente uma forma de se expressar e transformar a realidade. As idas e vindas por São Paulo passaram a ser rotina nos anos de fotojornalismo, principalmente, no jornal Folha de São Paulo entre 2002 e 2008. Foi nesse período, do alto de um helicóptero, que fez “Paraisópolis”, uma das fotos mais conhecidas da carreira, mostrando o muro que dividia a comunidade de quadras de tênis e piscinas de um prédio de alto padrão. “Engraçado que hoje essa mesma foto seria feita com um drone e de forma digital. Era uma reportagem sobre habitação. E essa imagem é muito usada no mundo todo em livros didáticos, nesse contexto de educação, o que me alegra bastante”, conta.
Outro trabalho de destaque de Tuca Vieira foi o "Atlas Fotográfico de São Paulo e Arredores", ideia que surgiu de novo como passageiro. “Peguei um táxi, sentei no banco de trás e peguei o guia de ruas em uma época pré-waze. Abri no índice em que aparece a cidade dividida em quadrados e a ideia veio: fazer uma única foto em cada uma daquelas regiões. 203, no total.
Conheça mais sobre o fotógrafo Tuca Vieira em mais uma edição do “Cidade em Retratos" com o repórter Arthur Covre.