Um estudo da Universidade de São Paulo e da Universidade Estadual Paulista indica que, se o Brasil tivesse aplicado dois milhões de vacinas contra a Covid-19 por dia, 60 mil vidas teriam sido salvas entre abril e junho.
Os pesquisadores fizeram uma projeção matemática comparando com dados reais da imunização no país durante o primeiro trimestre. O cientista de dados e matemático da USP e da UNESP Wallace Casaca explica que foram usados dados de São Paulo e do Brasil.
No Estado, a simulação com 296 mil doses diárias seria equivalentemente ao dobro do que foi aplicado no período estudado. Em todo o país, os mais de dois milhões de imunizantes por dia seriam equivalentes a 3 vezes a vacinação real.
Na campanha com as projeções aumentadas da vacinação, em três meses, o número de mortes em São Paulo cairia 45% e no Brasil 29%. Nos casos, haveria uma redução de 33% no Estado e de 22% no país.
O cientista de dados e matemático da USP e da UNESP Wallace Casaca afirma que o modelo desenvolvido pela equipe permite a análise de outros períodos já levando em conta o avanço da vacinação.
Mesmo com a campanha acelerando, a imunização abaixo da capacidade do país pode deixar um saldo de 30 mil vítimas nos próximos meses. O estudo também avaliou a cidade de Serrana, no interior de São Paulo, que recebeu uma campanha de vacinação em massa com a CoronaVac.
Houve uma diminuição de 38% no total de óbitos considerando todo o período da pandemia no município, em comparação com cidades que não vacinaram na mesma velocidade. Foram também observadas reduções significativas no total de casos de Covid-19 e na taxa de transmissão do vírus.