O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha afirmou nesta terça-feira (1º), durante a CPMI do 8 de janeiro, que avisou ao então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, sobre os riscos às sedes dos Três Poderes cerca de uma hora antes das invasões.
Cunha disse que a Abin tinha informações sobre a chegada de 43 ônibus fretados a Brasília até dois dias antes do vandalismo e repassou ao ex-ministro por volta das 8h00 do dia 8 de janeiro. Gonçalves Dias teria respondido por WhatsApp: “acho que vamos ter problemas”.
O então chefe da Abin acrescentou ter ligado para G. Dias, por volta das 13h30. “Eu falo com o ministro e passo essa minha preocupação aí já havia por parte, pelo menos da Abin, uma certa convicção de que nós poderíamos ter atos extremistas e não seria apenas uma passeata pacífica”, disse.
Saulo Moura da Cunha ressaltou que a Abin produziu 33 alertas sobre a evolução dos riscos, mas ponderou que não poderia afirmar se os órgãos do sistema de inteligência teriam recebido. Ainda não foi esclarecido quem recebeu os relatórios de alerta, porque não havia uma pessoa designada para a direção de Inteligência do Ministério da Justiça