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Extrema-direita ganha força para retornar ao poder na Itália

Mario Draghi renunciou ao cargo de primeiro-ministro italiano e novas eleições foram convocadas

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O presidente italiano Sergio Mattarella anuncia a dissolução do Parlamento e novas eleições devem ser convocadas em até 70 dias. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (21) depois do pedido de renúncia do então primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi.

O então premiê italiano iria passar por um voto de confiança para testar a unidade do governo. No entanto, partidos como o Movimento Cinco Estrelas, que se diz antissistema, e os de extrema-direita Forza Italia e Liga Norte retiraram o apoio à Draghi.

Esse foi o segundo pedido de renúncia do primeiro-ministro em um período de poucos dias. O presidente Sergio Mattarella rejeitou o primeiro, alegando que era possível manter a ampla coalizão até o final planejado da legislatura no início de 2023. Agora, afirmou que não havia outra alternativa a não ser aceitar a queda do governo.

Mario Draghi, de 74 anos, é ex-presidente do Banco Central Europeu e não tinha filiação política. Ele ficou no cargo por apenas 18 meses.

Em entrevista à BandNews FM, o professor de relações internacionais da ESPM Sul Roberto Uebel destaca que o Parlamento italiano está muito dividido e que não há um consenso de quem tem mais força hoje. Ele afirma que é possível o retorno da extrema-direita ao poder, em uma aliança entre os partidos Irmãos da Itália, Forza Italia, de Silvio Berlusconi, a Liga Norte, de Matteo Salvini, e o Movimento Cinco Estrelas.

Ainda segundo o professor, a queda do primeiro-ministro da Itália é mais um exemplo das dificuldades enfrentadas pelos regimes democráticos. Uebel acredita que o grande desafio do sistema político internacional hoje é a formação de maiorias e consensos políticos.

Confira a entrevista com Roberto Uebel na íntegra: