O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirma que vai pedir uma investigação para tentar descobrir por qual motivo radares meteorológicos não dectectaram a aproximação da forte chuva que atingiu Petrópolis, na Região Serrana.
A Defesa Civil da cidade confirma 94 mortes por conta das chuvas que atingiram o município no meio da tarde e início da noite de terça-feira (15). O número de desaparecidos ainda é incerto e cerca de 200 bombeiros atuam em 325 ocorrências de deslizamentos de terra na manhã desta quarta-feira (16). Dentre as ocorrências, quase 300 são por deslizamentos.
Petrópolis está em estado de calamidade pública devido ao elevado número de ocorrências e o registro de mortes. Parte das vítimas foi encontrada após a redução do nível da água que transbordou dos rios e invadiu as ruas da cidade.
Um hospital de campanha vai ser instalado para o auxílio à população. Além disso, escolas municipais viraram ponto de apoio a quem foi afetado pela chuva. As aulas foram suspensas nesta quarta-feira e o transporte público não circula por conta das limitações para os deslocamentos.
Em um período de seis horas, o volume de chuva chegou a 259 milímetros. O índice está acima da média esperada para o mês, que seria de 238 milímetros. Ainda há previsão de chuva para esta quarta-feira, que pode ter intensidade fraca a moderada.
Equipes de hospitais foram reforçadas para o atendimento de vítimas. Agentes da Defesa Civil e de outras pastas como Segurança e Ordem Pública trabalham no apoio ao atendimento à população.
Maquinários das secretarias de Infraestrutura e Obras, das Cidades, do Ambiente e de Agricultura, além de equipamentos usados pela Cedae, serão levados ao município para ajudar na limpeza das ruas e vias atingidas.
As localidades mais atingidas por deslizamentos foram: Quitandinha, Alto da Serra, Castelânea, Centro, Coronel Veiga, Duarte da Silveira, Floresta, Caxambu e Chácara Flora. Os alagamentos afetaram bairros como Alto da Serra, Corrêas, Centro e Mosela.
Equipes especializadas em Busca e Salvamento foram enviadas para reforçar o socorro, com apoio de viaturas do tipo 4x4 e botes. Oito ambulâncias extras foram empenhadas para atender no local. Ainda há previsão de envio de cerca de dez aeronaves das forças de segurança do Estado para auxiliar nos trabalhos.
Após relatos de moradores nas redes sociais sobre saques e até mesmo tiroteios em diversos trechos da cidade, batalhões da Polícia Militar de toda a Região Serrana reforçaram o policiamento e a coordenação do trânsito nas áreas afetadas. O Batalhão de Choque da PM foi deslocado para atuar na preservação da ordem.
Durante a madrugada, no entanto, a Polícia Militar afirmou que não houve registro de arrastão e nem de saques nas lojas no Centro e que os vídeos que circulam pelas redes sociais estão sendo analisados. De acordo com a PM, as imagens mostravam pessoas em situação de rua que aproveitaram para recolher artigos que estavam na enchente. Em relação ao relato de tiroteio, a corporação afirma que um homem foi preso depois de ameaçar a cunhada com uma arma.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, Hingo Hammes, uma escola municipal no bairro do Alto da Serra foi um dos locais impactado pela chuva. Crianças que estavam na unidade foram atendidas em um pronto-socorro localizado ao lado do colégio.
Durante a noite, o governador Cláudio Castro, o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro, e outros secretários estaduais realizaram uma reunião para definir ações diante dos transtornos causados. O encontro, segundo Castro, serviu para definir as estratégias das autoridades estaduais e municipais para tentar reduzir os efeitos da chuva e auxiliar a população.
Pela internet, o presidente da República, Jair Bolsonaro, prestou solidariedade e afirmou que já entrou em contato com diferentes ministros em busca de auxílio imediato às vítimas.
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O prefeito do Rio, Eduardo Paes também colocou toda a estrutura do município à disposição de Petrópolis.