Homem que manteve família em cárcere por 17 anos ficará preso preventivamente

Mulher e dois filhos foram resgatados amarrados e em estado de subnutrição

BandNews FM

Mulher e dois filhos foram resgatados amarrados e em estado de subnutrição Foto: Reprodução
Mulher e dois filhos foram resgatados amarrados e em estado de subnutrição
Foto: Reprodução

O homem acusado de manter a esposa e os dois filhos em cárcere privado por 17 anos na região de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ficará preso preventivamente durante o andamento do processo. A decisão da juíza Monique Correa Brandão foi tomada em audiência de custódia realizada no sábado (30).

Para a magistrada, a liberdade de Luiz Antônio Santos Silva poderia atrapalhar as investigações do caso. "Deve-se ainda resguardar a instrução criminal, pois a colocação em liberdade do custodiado de forma prematura poderá influenciar negativamente na higidez dos depoimentos das vítimas e testemunhas, quando estas forem ouvidas em juízo", escreveu a juíza na decisão.

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro ainda tentam identificar os responsáveis pela demora no resgate da família, uma vez que o caso foi denunciado pela primeira vez em 2020. As vítimas só foram liberadas pela Polícia Militar no dia 28 de julho de 2022.

A Polícia Civil esteve de volta ao local do crime para checar a existência de restos mortais de uma criança na casa. A ação foi motivada por uma denúncia dos vizinhos que afirmavam que o casal teria tido um terceiro filho.

Em buscas realizadas neste sábado (30), dois cães farejadores identificaram material biológico humano, que pode indicar um corpo em decomposição. Foram recolhidas amostras de terra e restos de materiais parcialmente robustos para análise no Instituto de Criminalística.

A família segue na casa de parentes depois de tratar um quadro de desnutrição no Hospital Rocha Faria. No momento da chegada da PM no local, a mãe e os jovens, de 19 e 22 anos, foram encontrados amarrados, sujos e debilitados.