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Hospitais registram desabastecimento de medicamentos e fazem alerta

Guerra na Ucrânia e a operação-padrão de servidores da Receita Federal interferiram na cadeia de abastecimento

Milena Teixeira

Há ainda uma crescente busca por medicamentos, especialmente antibióticos
Há ainda uma crescente busca por medicamentos, especialmente antibióticos
Foto: Reuters

Dipirona, amoxicilina pediátrica, imunoglobina humana e soro fisiológico começam a ser substituídos nos hospitais brasileiros por estarem em falta.

A ausência dos remédios, segundo entidades que representam hospitais públicos e privados, é causada por uma série de fatores.

Um deles é a guerra na Ucrânia, que tem dificultado importações e causado aumento de preços.

Outro motivo é a manifestação de servidores da Receita Federal: por causa dos protestos os produtos demoram mais a serem liberados nos portos e aeroportos.

Há ainda uma crescente busca por medicamentos, especialmente antibióticos, devido ao aumento do número de crianças com problemas respiratórios.

O boletim InfoGripe, da Fiocruz, mostrou que, entre 10 e 16 de abril de 2022, foram registrados 3.700 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave infantil.

Na última semana, a Associação Nacional de Hospitais Privados emitiu comunicado de alerta depois de ter sido acionada por hospitais de diferentes estados do Brasil.

O médico Francisco Balestrin, do Sindicato dos Hospitais de São Paulo, diz que o cenário é semelhante ao enfrentado no auge da pandemia do coronavírus.

A vice-presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo procurou o Ministério da Saúde para relatar também a falta de medicamentos oncológicos.

Adriana Martins diz que tem sido cada vez mais difícil trabalhar na rede pública.

Em Minas Gerais, o Sindicato Único dos Trabalhadores de Saúde também denunciou a falta de materiais e de medicamentos em hospitais públicos.

Na Bahia, o Conselho Estadual de Saúde já começou a ser procurado por organizações de saúde que não estão conseguindo realizar atendimentos, por causa da ausência dos medicamentos.

Por lá, a influenciadora Tassia Brasil conta que teve dificuldade para medicar a filha no hospital e fora dele, já que o desabastecimento também afeta as farmácias.

Procurado pela BandNews FM, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos informou não ter recebido, até agora, nenhum relato das indústrias farmacêuticas sobre problemas na produção e distribuição dos medicamentos.

O Ministério da Saúde foi questionado pela reportagem, mas não respondeu.

Escute a reportagem de Milena Teixeira: 

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