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Afago de Lula a Lira após vaias em Alagoas tem muito simbolismo, diz Lana

Analista destacou que o deputado alagoano perdeu a paciência ao ser vaiado "dentro de sua própria casa", mas ressaltou a atitude e o simbolismo de Lula ao agir em sua defesa

Da Redação

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As vaias direcionadas ao presidente da Câmara, Arthur Lira, durante cerimônia de de entrega de apartamentos do Minha Casa, Minha Vida em Maceió foi tema do comentário de Lana Canepa no BandNews FM no Meio do Dia desta sexta-feira. A analista destacou que o deputado alagoano perdeu a paciência ao ser vaiado "dentro de sua própria casa", mas ressaltou a atitude e o simbolismo do presidente Lula ao agir em sua defesa.

Lula e Lira juntos em cerimônia de entrega de apartamentos do Minha Casa, Minha Vida (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

"Vamos começar olhando para essa cena primeiro: Lira pede a paciência. Não está acostumado com as vaias em público tão grande, mas não era também um cenário fácil porque a gente sabe muito bem que nesse tipo de evento tem muitos apoiadores do presidente, tem gente de movimentos sociais", disse Lana, que lembrou também do gesto de Lula ao unir Lira e o senador Renan Calheiros, também alagoano, no mesmo evento.

"Lula conseguiu colocar no mesmo palco Lira e o desafeto político dele, Renan Calheiros. Os dois estavam lá na foto não muito sorridentes, mas os dois participaram de uma cerimônia para assinar uma ordem de serviço para as obras do canal do Sertão alagoano. Eu quero abrir esse capítulo, da união dos desafetos, porque Lula faz muito isso, de aproximar as pessoas e dizer: 'Olha, não tem inimigos aqui, na política a gente se apoia'. Então foi uma semana de afagos. O Lira esteve nas cerimônias todas de anúncio em Brasília no socorro pro Rio Grande do Sul e Lula faz essa visita à terra de Lira", disse.

No evento, Lula elogiou os dois desafetos em diversos momentos: "Tive Renan como presidente do Senado, alagoano, no meu mandato anterior. Ele me ajudou muito a governar. Agora quis Deus que eu tivesse outro alagoano na presidência da Câmara que me ajudou muito porque começamos a governar antes da posse porque foi ele que coordenou junto com o Rui Costa e o Haddad a PEC da Transição". Para Lana, o gesto de Lula mistura gratidão pelo passado como também uma estratégia para conseguir os votos futuros que precisará no Congresso.

"Esse tipo de malícia no discurso também precisa receber um pouquinho de atenção", disse. "A gente sabe que o Congresso não é nada governista, especialmente a Câmara. A fatia que o governo tem pra apoiar as suas matérias de interesse ali é muito pequena, cerca de 20% dos deputados são efetivamente de partidos governistas. Então tem que ter muita negociação, tem que ter muito afago. Nesse momento em que o Lira é vaiado, ele faz um elogio, agradece pela PEC da Transição e deixa entender que tudo que o governo precisou, passou no Congresso. Vaiado o Lira, Lula levanta e fica ao lado dele. Não é exclusivo essa proteção, esse movimento não é só para Lira, aconteceu em outros momentos, com outros vaiados, e Lula já agiu assim", afirmou a comentarista.

"A defesa de Lula também tem muito simbolismo nesse processo porque o governo vai precisar da Câmara agora e vai precisar rápido. Ele (Lula) precisa da regulamentação da reforma tributária antes do período eleitoral e não vai ser fácil fazer isso. Lira já deu os sinais de que ainda quer barganhar", disse. "O que eu ouvi do líder do governo no Congresso, o Jaques Wagner, é que o diabo mora nos detalhes. É uma grande preocupação do governo o que vai acontecer com a reforma tributária nessa segunda fase, da regulamentação. E se isso ficar para o ano que vem vai trazer muita dor de cabeça".

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