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Menor eficácia da CoronaVac em idosos expõe a necessidade da 3ª dose, afirma sec. de Saúde de SP

Terceira dose, vacinação dos adolescentes e corrida contra Ministério da Saúde foram os temas discutidos pelo médico

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Menor eficácia da CoronaVac em idosos expõe a necessidade da 3ª dose, afirma sec. de Saúde de SP
Menor eficácia da CoronaVac em idosos expõe a necessidade da 3ª dose, afirma sec. de Saúde de SP
Foto: Divulgação/Estado de São Paulo

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que a baixa adesão do público adolescente à campanha vacinal preocupa o governo e que novas decisões serão tomadas para incentivar a vacinação. O médico infectologista foi entrevistado nesta sexta-feira (27) no Jornal BandNews São Paulo 1ª Edição.

A preocupação do estado com o público de 12 a 17 anos com comorbidade ocorre pela taxa preocupante de apenas 18% do grupo vacinado. O secretário afirma que a ampliação dos horários de funcionamento de postos foi feita no intuito de incentivar e facilitar a ida dos adolescentes aos postos, tendo em vista que é necessária a presença de um responsável ou autorização assinada.

Sobre a terceira dose, Jean afirmou que a antecipação do calendário não ocorreu de forma política e nem de forma a desafiar o Ministério da Saúde, mas sim num estudo que já acontecia internamente. Segundo o especialista, o Programa Estadual de Imunização há quatro semanas estava discutindo novas fases de vacinação com doses de reforço para evitar a proliferação da variante Delta.

O estado de São Paulo anunciou que a aplicação da dose de reforço começa no próximo dia 6 de setembro, enquanto o Ministério da Saúde colocou a data de 15 de setembro como o início do calendário de vacinação.

A necessidade de uma dose de reforço ao grupo dos idosos é embasada na menor resposta à imunização dessa faixa etária. Ocorre também um decréscimo dos anticorpos após um certo período da aplicação do imunizante. A vacina adicional eleva as células de defesa e as mantém ativas.

A escolha de um grupo diferente daquele determinado pelo Ministério Saúde, ocorreu, segundo secretário, pela identificação de idosos como todos aqueles maiores de 60 anos, o que difere da faixa de 70 anos ou mais determinada pelo Governo Federal.

Gorinchteyn explicou que o objetivo estadual não se limita à terceira dose, mas busca avançar na segunda dose.

O médico defendeu o uso da CoronaVac como opção de reforço e afirmou que a pesquisa divulgada nesta quinta-feira (26), que aponta a eficiência confirmada da vacina, é uma confirmação da qualidade do imunizante. O mesmo estudo demonstrou a queda da proteção na população de 90 anos ou mais, explicada pelo secretário como uma consequência da maior idade das células de defesa e da menor produção de anticorpos.

Jean também abordou a intercambialidade de imunizantes e reforçou a importância de não escolher vacina e acreditar na ciência.

Por fim, ele declarou que o passaporte da vacina, ação encabeçada pelo município de São Paulo, terá o apoio do estado, mas não será uma obrigatoriedade estadual.

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