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Ministério Público do Trabalho faz vistoria na Caixa após denúncias de assédio

Tribunal de Contas da União também vai investigar a conduta do banco

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Tribunal de Contas da União também vai apurar as denúncias de assédio
Tribunal de Contas da União também vai apurar as denúncias de assédio
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério Público do Trabalho fez nesta segunda-feira (4) uma inspeção no Edifício Sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília, para apurar presencialmente as denúncias de assédio sexual e moral contra o ex-presidente da instituição Pedro Guimarães.

A visita coordenada pelo procurador titular do trabalho Paulo Neto contou ainda com uma conversar com a nova presidente do banco, Daniella Marques. Funcionários foram ouvidos e documentos recolhidos na instituição. Os procuradores também apuraram outros tipos de assédio que podem ter sido cometidos na companhia.

O procurador Paulo Neto afirmou na saída da vistoria que a ideia é que a Caixa Econômica faça os ajustes que são necessários de maneira voluntária para conter episódios de assédio, mas que se tal questão não ocorrer, outras instâncias podem entrar em ação.

O Tribunal de Contas da União também vai apurar as denúncias de assédio sexual e moral envolvendo Guimarães. O ex-presidente da Caixa deixou o cargo na semana passada depois das denúncias se tornarem públicas.

Atendendo um pedido do Ministério Público de Contas, realizado pelo subprocurador Lucas Rocha Furtado, o TCU abriu a investigação.

No processo, o Tribunal de Contas da União afirmou que apura se “o sr. Pedro Guimarães, no exercício da presidência da Caixa Econômica Federal, cometeu assédio sexual e moral contra empregadas e empregados daquela instituição financeira pública, o que, além de caracterizar prática criminosa, configura flagrante violação ao princípio administrativo da moralidade”.

ASSÉDIOS

Os assédios, de acordo com as funcionárias, ocorreram na maioria das vezes em viagens do programa Caixa Mais Brasil. O projeto é usado para promover o banco em diferentes cidades brasileiras.

Segundo um dos relatos, Pedro Guimarães escolhia, preferencialmente, “mulheres bonitas”, que – se despertassem interesse – eram convidadas para trabalhar em Brasília.

Nas viagens, ainda de acordo com as funcionárias, muitas eram chamadas para irem ao quarto do chefe, com suposta urgência, para levarem itens como “carregador de celular, sal de fruta e remédios”.

Em uma das ocasiões, uma delas encontrou Pedro Guimarães vestindo apenas “samba-canção”; nos horários de folga, elas eram convidadas ainda para irem à sauna ou à piscina dos hotéis.

Outra funcionária contou que o presidente da Caixa era “insistente” – usava a posição de poder – e chegou a passar a mão nas nádegas dela.

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