Mortes no terremoto que atingiu a Turquia e a Síria ultrapassam 19 mil

Com mais de 72 horas após os tremores, o inverno rigoroso e a fome dificultam as chances de encontrar sobreviventes soterrados pelos escombros

BandNews FM

O número de vítimas fatais do terremoto de 7,8 de magnitude que atingiu a Turquia e a Síria na última segunda-feira (6) ultrapassa a marca de 19 mil. As equipes de busca e resgate permanecem atuando nas regiões mais afetadas pelo tremor e pelas réplicas, mas a expectativa de encontrar sobreviventes é cada vez menor.

A mídia turca acompanha a agenda das autoridades locais. Em pronunciamento durante uma visita à cidade de Osmaniye, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou já foram confirmadas 16.546 mortes no país. Em solo sírio, a estimativa é de que pelo menos 3.200 óbitos. 

O líder também informou que são mais de 66 mil feridos e cerca de de 6.500 edifícios destruídos. A tragédia já ultrapassou os números do tremor registrado em 1999 que vitimou cerca de 17 mil indivíduos. 

O ministro da Educação da Turquia, Mahmut Özer, disse que a gestão optou por estender a suspensão das aulas no país até o dia 20 de fevereiro.

As estimativas das autoridades apontam que mais de 23 milhões de pessoas foram afetadas nos dois países. Na Turquia, o governo local informou que 13,5 milhões de cidadãos do sudeste turco sofreram algum tipo de impacto. Já na Síria, o número é de, pelo menos 10,9 milhões de indivíduos afetados. 

O correspondente internacional do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Felipe Kieling, chegou a Adana, cidade no sul da Turquia, nesta quinta (9). Ela fica a 200 quilômetros de distância do epicentro do abalo sísmico, a província de Kahramanmaras. O jornalista informou que os agentes responsáveis pelas buscas estão apreensivos porque temem que encontrarão mais corpos entre os escombros. 

As baixas temperaturas dificultam o trabalho das equipes de resgate e agravam a situação dos possíveis sobreviventes que enfrentam, além do frio, ferimentos e fome. Apesar da remota possibilidade de encontrar pessoas vivas entre os destroços, as equipes continuam trabalhando. 

Com o número de vítimas fatais aumentando, o descontentamento da população com o governo turco fica cada vez mais nítido. O presidente Erdogan chegou a rebater críticas de que a gestão poderia ter se preparado melhor para um possível terremoto, porém admitiu que a resposta das autoridades à situação de emergência teve "deficiências".