Pelo menos 52 pesquisadores que atuam na Capes renunciaram coletivamente aos cargos nesta segunda-feira (29). Em cartas abertas, os cientistas acusam a instituição de não respaldar o trabalho de avaliação desempenhado por eles e criticam a presidência da instituição por não defender a Avaliação Quadrienal da pós-graduação.
A questão está suspensa por decisão judicial desde setembro, e com a saída, os novos chefes das áreas terão de montar novas equipes.
Foram anunciadas renúncias de servidores que atuam na área de Matemática, Probabilidade e Estatística, e na área de Física.
A carta da área de Matemática cita que a instituição tem alterado parâmetros sem consultar as áreas responsáveis. Os pesquisadores afirmam que foram demandados a elaborar pareceres sobre expansão de programas de pós via ensino à distância com rapidez.
Já os coordenadores da área de Astronomia e Física também mencionam "corrida desenfreada" para atender a um calendário de ajuste em documentos relacionados à Educação à Distância.
Formalmente, apenas os seis coordenadores das áreas têm mandato de quatro anos, enquanto os outros 46 pesquisadores, que atuam como consultores, atuam assessorando os coordenadores. Todos estão deixando os postos.
Em setembro, a Justiça Federal no Rio de Janeiro suspendeu os processos de avaliação de cursos de pós-graduação feitos pela Capes com o argumento de que a instituição não poderia aplicar mudanças nos critérios avaliativos.
A Capes ainda não se pronunciou sobre o caso.