O torcedor palmeirense é capaz de, em um piscar de olhos, se lembrar rapidamente de nomes promissores revelados nas categorias de base do clube nos últimos 10 anos. A lista passa por Gabriel Jesus, Danilo, Patrick de Paula, Gabriel Menino, Gabriel Veron, Wesley e, mais recentemente, Endrick e Estevão. A base alviverde se tornou referência no futebol nacional.
E desde o segundo semestre de 2023, Gustavo Almeida faz parte dessa metodologia alviverde com os garotos. Após alguns meses como auxiliar da equipe sub-20, foi efetivado como treinador do sub-17 do Palmeiras.
Em entrevista exclusiva à BandNews FM, Gustavo Almeida detalhou o trabalho integrado realizado pelo clube e que faz a equipe colher os frutos esportivamente e financeiramente.
O que passar por trás desse trabalho tão vitorioso?
Tem um conjunto de fatores que ajuda a chegar nesse nível e um desses fatores é a própria reestruturação da categoria de base. Exige uma ideia, um investimento e a convicção para consolidar essa ideia. Foi esse o rumo que o Palmeiras tomou há alguns anos quando traçou um novo plano para a sua categoria de base e tratou como ela deve ser tratada. Então ela começa a se reestruturar um pouco mais forte com a chegada do João Paulo Sampaio, que tem grande papel nessa reestruturação.
O que mais te impactou nessa chegada ao Palmeiras?
Eu diria que o principal fator é o nível de jogadores que o Palmeiras consegue ter nos dias de hoje. Os melhores jogadores, juntamente de bons profissionais, que também são captados a partir dessa experiência e vivência, como eu tive, com 18 anos em categorias de base, acaba sendo chave e foi o que mais me impactou.
O quanto o momento do Palmeiras permite uma tranquilidade para lançar os jogadores da base?
A questão de tranquilidade e a própria estabilidade que se vê dentro do clube, desde a parte administrativa, gerencial, faz com que o clube consiga navegar bem financeiramente e, a partir disso, ter um longo prazo. Eu presenciei clubes em que geralmente a base é vista como solução quando está em crise e nunca é o melhor momento de experimentar um menino ou transitar um menino nessa situação em que ele tem que tirar um time da zona de rebaixamento. Alguns vão acontecer mais rápido, caso de Estêvão, Vitor Reis, etc… outros vão demorar um pouquinho mais como o Danilo, Gabriel Menino.
O Palmeiras tem uma filosofia integrada entre as categorias de base e o time principal?
Eu gosto de dizer que nós temos os melhores exemplos dentro do clube. O sub-20 consegue estar no mesmo CT, muitas vezes acompanha os jogos, o trabalho e você acaba espelhando esses exemplos. É lógico que a base é um ambiente de desenvolvimento individual, tentando lapidar, ocultar as deficiências, então os processos de treino não são exatamente os mesmos. Mas eu vou trazer o João Paulo Sampaio de novo, porque ele é o que coordena, então dentro do que ele transmite de ideias e valores do jogadores que precisa ser desenvolvido, as categorias se dividem para fazer aquele trabalho acontecer e para que o processo tenha um lógica.