A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra o deputado Chiquinho Brazão, o irmão dele, o Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, além do delegado da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, acusados de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL).
Segundo a PGR, os irmãos também exigiram aos assassinos a morte da assessora de Marielle para assegurar que não houvesse testemunhas do crime.
Fernanda Gonçalves Chaves estava no carro em que a parlamentar e o motorista foram mortos, mas foi a única sobrevivente do atentado.
Ainda de acordo com o documento, Domingos e Chiquinho Brazão queriam intimidar a atuação do PSOL, partido da vereadora, que estava tomando uma série de ações que prejudicavam os interesses deles.
Além dos irmãos, o órgão denunciou dois policiais que atuavam para a dupla e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, nesta quinta-feira (9).
A denúncia da PGR ainda aponta o assessor Robson Calixto Fonseca, preso na mesma operação que prendeu Chiquinho Brazão e o ex-chefe de Polícia Civil Rivaldo Barbosa, como um dos intermediários entre os mandantes e os executores do crime.
As investigações mostram que ele intermediou a primeira reunião entre o policial reformado Ronnie Lessa, que fez os disparos, e os irmãos Brazão. Robson é indicado pelos investigadores como miliciano, com atuação na região da Taquara, na Zona Oeste, e chegou a ser alvo de busca e apreensão durante a operação de março.
Nesta quinta-feira (9), os policiais também cumpriram um mandado de prisão contra o policial militar Ronald Alves de Paula, que já estava em um presídio federal em Campo Grande.
Ele foi apontado como responsável por implementar a "infraestrutura e a urbanização" dos terrenos que seriam entregues a Ronnie Lessa como recompensa pelo assassinato e por levantar informações sobre a rotina de Marielle e avisar aos assassinos sua localização.
“Marielle se tornou a principal opositora e o mais ativo símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos. Matá-la significava eliminar de vez o obstáculo e, ao mesmo tempo, dissuadir outros políticos do grupo de oposição a imitar-lhe a postura", diz o documento da PGR.
Chiquinho e Domingos Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa e do Major Ronald, devem responder por homicídio. Já o crime de integrar organização criminosa foi atribuído aos irmãos Brazão e ao assessor Robson.
A denúncia ainda precisa ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal.