O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira (10) que as questões relacionadas à exportação do IFA ao Brasil pela China estão regularizadas, mas que não sabe precisar quando o ingrediente vai chegar ao Brasil.
Segundo o ministro, isso não depende só de questões diplomáticas e que já se tinha essa possibilidade de retardo.
No entanto, acrescentou que a demora não compromete a imunização da população.
As declarações de Queiroga ocorreram em um seminário conjunto com o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.
Ao ser questionado sobre a ampliação do intervalo da segunda dose da Pfizer, Queiroga disse que não participou do processo de decisão, mas a farmacêutica sim. A decisão cabe ao Programa Nacional de Imunizações, o PNI.
O ministro indicou a possibilidade de ocorrer o mesmo com a CoronaVac, com um espaçamento maior da aplicação da segunda dose.
BUTANTAN TEM CARGA RETIDA
Segundo o Instituto Butantan, cerca de 10 mil litros do Ingrediente Farmacêutico Ativo produzidos pela farmacêutica Sinovac, que é parceira do Butantan no desenvolvimento da CoronaVac, aguaram liberação para serem enviados ao Brasil.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que as recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a China estão dificultando o envio de insumos para a produção de vacinas. Ele acrescentou que a demora na entrega do material pode afetar o cronograma de vacinação no Brasil.
Nesta segunda-feira (10), cerca de 2 milhões de doses da vacina CoronaVac foram entregues ao PNI. Na próxima quarta (12), o Butantan deve disponibilizar mais 1 milhão de doses ao Ministério da Saúde e no fim da semana a ideia é encerrar as entregas das 46 milhões de doses previstas no primeiro contrato com o Governo Federal.
A CoronaVac representa cerca de 75% dos imunizantes aplicados no País.
FALTAM DOSES PARA SEGUNDA APLICAÇÃO
O estado do Rio de Janeiro sofre com a falta de CoronaVac para imunizar a sua população. Segundo o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, o estado tem mais de 350 mil pessoas esperando pela segunda dose da vacina. Na última sexta-feira (7), o Rio recebeu 96 mil doses do imunizante, mas o estado precisa de mais vacinas.
O Rio Grande do Sul também necessita de mais imunizantes produzidos pelo Instituto Butantan. 432 mil pessoas estão com a segunda dose em atraso no estado. No último sábado (8), o Rio Grande do Sul recebeu 63,6 mil doses da CoronaVac destinadas apenas para a segunda injeção.
Segundo o Butantan, com as entregas nesta semana, será possível normalizar a imunização atrasada com a CoronaVac.