O depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta na CPI da Covid nesta terça-feira (4) foi devastador para o governo Bolsonaro. Foram inúteis as tentativas de senadores governistas de desqualificar o ex-titular da pasta, por três razões:
1. Mandetta está falando a verdade;
2. O ex-ministro é médico e tem domínio sobre a questão técnica;
3. Ele também é político. Conhece muito bem as manhas.
Um dos momentos mais constrangedores do encontro ocorreu durante a fala do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que simplesmente reproduziu uma pergunta formulada pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Como é possível ter certeza disso? Bom, pelo fato de que Faria, por engano, enviou o mesmo questionamento para o celular de Mandetta, evidenciando que os parlamentares governistas presentes na comissão não possuem nenhuma autonomia para exercer suas funções.
O depoimento prestado por Mandetta ressaltou um fato devastador para Bolsonaro: o governo, seja por ação, seja por omissão, adotou um comportamento que, quando menos, caracteriza o chamado dolo eventual. Em outras palavras, o presidente da República e sua turma correram o risco de produzir resultados desastrosos, o que de fato o fizeram.
A Covid do ‘general’
Por falar em desastre, o outro antigo dono da pasta, Eduardo Pazuello, que é o foco da Comissão, enviou um requerimento à CPI dizendo que não poderia depor, uma vez que pode estar com Covid-19. Os documentos enviados por Pazuello possuíam o timbre do Ministério da Defesa e do Exército, e ali se dizia que o convocado era um oficial general. Não, não é. O depoente é o ex-ministro da Saúde. O fato é apenas mais uma demonstração de como Bolsonaro arrasta as Forças Armadas para um mau lugar.
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