Nesta quinta-feira (23), veio a público uma entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro a dois membros da cena da extrema-direita na Alemanha, fundadores de um partido antivacina.
Durante a conversa, gravada no dia seguinte às manifestações de 7 de setembro, Bolsonaro voltou a fazer declarações negacionistas sobre a pandemia, chegando a afirmar até mesmo que a Covid-19 “apenas encurtou a vida [de pessoas com comorbidades] por alguns dias ou algumas semanas”, além de novamente alegar – sem apresentar provas – que houve uma supernotificação de casos da doença, afim de gerar lucro para hospitais.
"Uma pessoa na UTI por Covid custa R$ 2.000 por dia. Uma pessoa numa UTI com outras doenças custa R$ 1.000. Então quando uma pessoa mais humilde vai no hospital ela é levada para a UTI porque os hospitais vão ganhar mais dinheiro, então tem uma supernotificação. Isso aconteceu. O número de mortes no Brasil foi superdimensionado”, declarou o mandatário.
A conversa não foi divulgada pelo presidente em suas redes sociais.
”Extermínio dos doentes”
Para o âncora da BandNews FM, Reinaldo Azevedo, a entrevista evidencia a estratégia seguida por Bolsonaro na gestão da pandemia: “Entendemos que ele tinha sim um plano para enfrentar a Covid, e isso poderia ser definido por uma expressão: extermínio dos doentes”.
O jornalista destaca também a afirmação do presidente de que “estudos confiáveis” indicariam que contaminados pelo vírus teriam seis vezes mais anticorpos do que quem tomou a vacina. “O plano de Bolsonaro não incluía nem mesmo a vacinação. Agora nós entendemos por que houve tanta demora”, analisa.
Tópicos relacionados
- facebook
- twitter
- whatsapp