Renan Calheiros ameaça pedir prisão de Wajngarten em caso de declarações mentirosas

O ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten presta depoimento na nesta quarta-feira (12) na CPI da Pandemia.

Rádio BandNews FM

Ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten presta depoimento hoje na CPI da Covid Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten presta depoimento hoje na CPI da Covid
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-secretário de Comunicação mudou o tom em relação ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Segundo ele, o atraso na compra de vacinas se deu por “burocracia”. No mês de abril, Wajngarten deu uma entrevista à revista “Veja”, onde afirmou que a pasta da Saúde tinha culpa no atraso para a obtenção de imunizantes.

Quando questionado pela CPI sobre o tema, ele não sustentou a declaração feita à revista e chamou Pazuello de “corajoso”.

Fabio Wajngarten foi convocado para participar da CPI da Pandemia na semana passada e presta depoimento nesta quarta (12).

O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), chegou a suspender a sessão por cinco minutos após dizer que Wajngarten estava mentindo. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que pode pedir a prisão do ex-chefe da Secom caso ele tenha mentido em suas declarações.

Wajngarten afirmou que uma carta enviada pela Pfizer com oferta de doses de imunizantes ao governo federal ficou sem resposta por dois meses.

Em janeiro, a farmacêutica americana divulgou uma nota afirmando que havia enviado uma proposta ao governo brasileiro para a compra de 70 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 em agosto do ano passado. Segundo a Pfizer, as entregas teriam começado já no final do ano passado se o País tivesse sinalizado interesse na proposta.

Ele afirmou que quando soube, em novembro do ano passado, do comunicado da Pfizer, levou o assunto diretamente a Bolsonaro. Wajngarten disse também que sempre teve liberdade para comandar a secretaria, sem interferência de ninguém.

Segundo ele, a Secom e o Ministério da Saúde fizeram, desde fevereiro de 2020, 11 campanhas informativas e educativas sobre a pandemia, sobre medidas de prevenção, informações de sintomas e protocolos, vacinação e ações de combate à pandemia. Segundo Wajngarten, foram mais de R$ 200 milhões gastos no período em que esteve na Secom, negando que tenha havido propagandas de caráter negacionista.

Questionado pelo relator Renan Calheiros, Wajngarten afirmou que não colabora mais com o governo Bolsonaro.

Na terça (11), a CPI ouviu o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. Ele afirmou que não vê relação entre as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a China e as dificuldades que o Brasil vem tendo para obter o Ingrediente Farmacêutico Ativo de vacinas. Ele foi questionado pelo relator, o senador Renan Calheiros, sobre o motivo de a Anvisa ter negado o certificado de boas práticas ao laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin. Como resposta, Barra Torres explicou que faltou demonstrar a validação da "inativação da vacina" e que não foram demonstradas ações necessárias para garantir a esterilização do produto, entre outros pontos.