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RJ: Polícia suspeita que ferro-velho onde policial foi morto era irregular

Vídeo mostra momento do assassinato de Renato Couto por militares

Rádio BandNews FM

Um vídeo mostra o momento do sequestro.
Um vídeo mostra o momento do sequestro.
Foto: Reprodução

A Polícia Civil investiga se os militares envolvidos na morte do policial Renato Couto, de 41 anos, usavam uniformes da Marinha para desviar atenção da atividade do ferro velho, na Praça da Bandeira, na zona norte do Rio de Janeiro, que envolve receptação de produtos roubados por usuários de drogas.

Fardas de fuzileiros navais e um caminhão na cor usada pela Marinha foram apreendidos no local. O enterro da vítima foi realizado nesta terça-feira (17), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste da capital carioca.

De acordo com as investigações, o sequestro do agente ocorreu após uma briga que ele teve com o dono ferro-velho Lourival Ferreira de Lima, de 67 anos. O policial desconfiava que o acusado estivesse comercializando materiais furtados de uma obra que ele estava fazendo no Maracanã, na mesma região.

Diante da discussão, o filho do comerciante, Bruno Santos de Lima, que é militar da Marinha, e outros dois colegas de farda, Manoel Vitor Silva Soares e Daris Fidelis Motta, sequestraram a vítima usando uma van oficial, atiraram três vezes contra ele e o jogaram no Rio Guandu, na Baixada Fluminense.

Um vídeo mostra o momento do sequestro. Um dos militares aparece em um vídeo prestando depoimento à Polícia, confessando o crime.

Nesta terça-feira (17), a Prefeitura do Rio começou a desmontagem do ferro velho. Segundo o Secretário Municipal de Ordem Pública, Breno Carnavalle, o pai do militar já tinha sido conduzido para a delegacia em janeiro depois de uma fiscalização no local.

Um laudo do IML atestou que o policial morreu com água no pulmão, o que indica que ele foi vitima de afogamento ao ser jogado no rio.

Desde que começou a obra em 2020, o policial procurou a Delegacia da Praça da Bandeira nove vezes, sendo sete para denunciar furtos. Ele relatou um prejuizo de R$10 mil em metais furtados.

Na segunda-feira, a Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão dos quatro envolvidos na morte do papiloscopista. Além dos três militares, o dono do ferro velho também responde pelo crime.

Em nota, a Marinha disse que abriu um inquérito para apurar o caso e que repudia condutas e atos ilegais que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares.

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