Mais de 25% das mulheres já perderam ou conhecem alguém que perdeu uma oportunidade de emprego por ser mãe. O levantamento foi feito pela empresa de telefonia TIM com clientes de planos pré-pagos. A pesquisa apontou que apenas o fato de ser mulher também afasta os empregadores em 30% dos casos.
A jornalista Natália Brasil, de 40 anos, fazia estágio em uma empresa e teve uma gravidez inesperada. Ela conta que teve que deixar a função para cuidar do filho.
Eu precisei postergar a minha formatura, até porque tive uma gravidez difícil, com problema de pressão, dentre outras coisas. O tempo todo existia um medo por conta da perda do estágio, porque o estágio não dá a mesma estabilidade de quando você é contratado por CLT, então era uma questão que me deixava bem tensa, além de todo o cenário… Eu estava prestes a me formar, e eu pensava em como isso impactaria para conseguir um novo emprego ao fim daquele contrato de estágio com um bebê tão novinho, todas essas dúvidas passavam pela cabeça, conta ela.
O levantamento ainda aponta que mais de 10% das entrevistadas admitiram ter vivenciado ou testemunhado casos de machismo no ambiente de trabalho. Por outro lado, mais de 45% das pessoas ouvidas acreditam que o respeito às mulheres está crescendo, enquanto 33% afirmam que permanece inalterado e 10% observam uma diminuição.
Na análise da advogada trabalhista do escritório Solon Tepedino Advogados, Vólia Bomfim, apesar do avanço na legislação trabalhista em relação aos direitos das mulheres, como no caso da licença maternidade, ainda há muito a ser feito.
Apesar de toda essa proteção, a mulher continua sendo desprotegida, porque ela tem dupla carga horária no trabalho e em casa. E quando é mãe, isso é, quando tem filhos, os cuidados com a criança, com o filho. Pioram o cenário e muitas acabam perdendo o seu trabalho por conta disso, dia advogada.
Segundo a TIM, o levantamento enlgobou mais de 8.000 clientes de planos pré-pagos, que responderam voluntariamente as questões.