Ação da PM termina com dois jovens mortos no Complexo do Chapadão

A Polícia Militar afirma que os agentes realizavam policiamento na região e foram atacados por criminosos armados

Por Pedro Dobal

Ação da PM termina com dois jovens mortos no Complexo do Chapadão
Vítimas levadas para o Hospital Estadual Carlos Chagas, mas não resistiram
Reprodução/Redes Sociais

Familiares afirmam que o jovem de 19 anos que morreu em um tiroteio no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, tinha acabado de tomar café da manhã com a mãe, que comemorava o aniversário dela, e estava a caminho da escola.

Daniel da Costa Ferraz foi atingido na manhã de quinta-feira (23). Um adolescente de 17 anos, identificado como Christian Samuel de Freitas, também morreu após ser baleado.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 11 horas. Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas não resistiram.

A PM afirma que os policiais realizavam policiamento na região quando foram atacados por criminosos armados. Os jovens teriam sido atingidos durante o confronto. 

A mãe de Daniel, Rosângela Ferraz, conta que o filho estava em uma escada na comunidade quando policiais teriam atirado contra ele.

Era o meu aniversário. Tomei café da manhã com meu filho e ele saiu para a escola, como todos os dias. Covardemente, os policiais chegaram atirando em direção a uma escada na qual Daniel estava descendo e assassinaram o meu filho.

Segundo o irmão de Daniel, Rafael da Costa Ferraz, os agentes estavam em um carro descaracterizado. 

Eu vi ele nascer e hoje eu estou vendo ele indo embora, infelizmente. É complicado, mas a gente tem que ser forte. Eles pararam na esquina, no carro à paisana e deram tiro na direção do escadão. A senhora que estava descendo com uma criança falou com a gente que só não foi atingida porque ela estava mais acima.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação, Daniel era aluno de um colégio estadual em Nilópolis, na Baixada Fluminense, e estava no 3º ano do Ensino Médio.

Já o pai de Christian, Leandro Costa Melo, diz que o filho trabalhava vendendo doces na região, se assustou com a chegada dos policiais e foi atingido na nuca.

Acabou o chão da gente, todo mundo lá em casa não sabe o que faz. Eles falam que tava armado, e meu filho não tava armado. Meu filho estava vendendo numa banquinha de doce. Meu filho é trabalhador. Eles entram atirando, matando o filho dos outros.

O caso é investigado pela delegacia da região. Os agentes tentam identificar a origem dos disparos que atingiram os dois.

A Polícia Militar instaurou um inquérito policial militar para esclarecer as circunstâncias da ação. A corporação informou que as imagens das câmeras de uso individual dos policiais estão sendo separadas para análise e as armas utilizadas na ação também estão disponíveis para perícia. A PM ainda afirma que colabora com as investigações da Polícia Civil.

Um revólver, uma granada, um rádio comunicador e drogas foram apreendidos na ação.

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