Um inocente que morreu no ataque em uma praça em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, que deixou cinco mortos, foi baleado ao tentar proteger o filho. Wallace de Oliveira Cláudio, de 35 anos, estava na praça lotada quando começaram os disparos. A esposa dele, Ludmila Souza do Nascimento, conta como tudo aconteceu.
O meu marido era trabalhador, e ele não tinha nada a ver com essa guerra. Ele não tinha nada a ver. Se ele não colocasse a cabeça dele na frente, tinha sido meu filho atingido. O meu filho de quatro anos. A gente não tinha nada a ver com nada disso. Ele não tinha nada a ver. O meu marido trabalhava, afirma Ludmila.
De acordo com as investigações, o ataque foi ordenado por traficantes que planejavam a morte de um rival. O alvo era Pedro Henrique Barbosa da Conceição, conhecido como "Marreco", que foi atingido e morreu no Hospital Estadual Pedro Ernesto. Desde o início do ano, a região vive uma intensa disputa territorial.
Desde o início do ano, a região vive uma intensa disputa territorial.
No mesmo dia do ataque, a Secretaria de Segurança do Rio decidiu pedir à Justiça a transferência de chefes do tráfico para presídios federais. O Governo também vai solicitar que eles fiquem em uma penitenciária diferente de onde está o traficante Marcinho VP, apontado como chefe do Comando Vermelho, que cumpre pena no Presídio Federal de Campo Grande.
A família de Walace já tinha sofrido perdas por causa dos confrontos entre traficantes rivais. Ele era primo do pequeno Guilherme Souza de Assis de 13 anos, morto durante um ataque de criminosos, no Morro dos Macacos, no último dia 4.
A esposa de Walace conta que ele era técnico de informática e trabalhava numa empresa terceirizada que prestava serviço para a Petrobras. Há um ano e meio, p casal decidiu se mudar para Bonsucesso em busca de uma vida melhor para o filho.
No último domingo, Walace tinha voltado ao bairro para assistir a partida entre Botafogo e Flamengo com o pai que ainda mora na região. Ainda segundo Ludmila, havia policiamento na praça na hora do ataque, - diz que chegou a pedir ajuda aos policiais para socorrer o marido baleado.
Na manhã desta terça-feira o policiamento estava reforçado na praça Barão de Drumond, mas a insegurança fez com que escolas liberassem os alunos mais cedo.
No mesmo dia do ataque, a Secretaria de Segurança do Rio decidiu pedir à Justiça a transferência de chefes do tráfico para presídios federais. O Governo também vai solicitar que eles fiquem em uma penitenciária diferente de onde está o traficante Marcinho VP, apontado como chefe do Comando Vermelho, que cumpre pena no Presídio Federal de Campo Grande.
O ataque
A Delegacia de Homicídios da Capital investiga a morte de cinco pessoas após o ataque desta madrugada: Gabriel Pereira Candido, de 24 anos; Pedro Henrique Pereira dos Santos, de 18 anos; Pedro Henrique Barbosa da Conceição, também de 18 anos; Wallace de Oliveira Cláudio, de 35; e Thailon Martins Lucas, de 17 anos. Outras duas pessoas ficaram feridas. A perícia foi feita no local e diligências estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime.
Segundo testemunhas, bandidos do Morro São João, no Engenho Novo, que disputam o controle do Morro dos Macacos, na mesma região, passaram atirando em direção as pessoas que estavam em show de pagode. De acordo com a Polícia Militar, o alvo era Pedro Henrique Barbosa da Conceição, conhecido como "Marreco", que foi atingido e morreu no Hospital Estadual Pedro Ernesto.
Vídeos públicados na Internet mostram o momento de pânico das pessoas que estavam no evento.