O atendente do McDonald's Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos, que foi baleado por um sargento do Corpo de Bombeiros, recebeu alta nesta quarta-feira (18). O crime aconteceu na madrugada do último dia 9, por causa de um cupom de desconto.
Câmeras de segurança do restaurante, localizado na Taquara, na Zona Oeste do Rio, flagraram o momento em que o militar Paulo Cesar de Souza Albuquerque agride e atira contra o atendente.
Nove dias após o crime, o sargento continua em liberdade. No mesmo dia, o delegado Angelo Lages, da Delegacia da Taquara, solicitou à justiça a prisão temporária de 30 dias contra o bombeiro, para que ele ficasse detido até a conclusão do inquérito, mas o pedido foi negado pela juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, do plantão judicial.
Na decisão, a juíza alegou que, embora as investigações apontem a autoria, o reconhecimento fotográfico fragiliza os elementos necessários para a decretação da prisão temporária.
No entanto, o advogado criminalista Rodrigo Bello explica que essa prisão é possível e que o pedido é feito para colher provas que possam esclarecer o caso.
Agora, o delegado responsável pelas investigações trabalha para concluir o inquérito dentro do prazo de 30 dias, para depois enviar o documento novamente para a Justiça.
Até o momento, a Polícia Civil já ouviu quatro funcionários do McDonald's e o amigo do sargento, que estava com ele no momento do crime e declarou que o disparo não foi acidental, como alega a defesa de Paulo Cesar. A delegacia também está anexando no relatório os laudos periciais do local e do projétil encontrado. O delegado aguarda agora, do IML, o laudo das lesões de Mateus, que está sendo feito com base no relatório hospitalar.
Rodrigo Bello explica que, após a conclusão do relatório final por parte do delegado, o documento é encaminhado para o Tribunal de Justiça para depois ir para o Ministério Público.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o sargento responde a um Inquérito Policial Militar e foi submetido ao Conselho de Disciplina, o que pode resultar na expulsão dele. O sargento, até o momento, não está preso, mas segue afastado das atividades militares até a conclusão dos procedimentos. Paulo Cesar também teve o seu porte de armas retirado. Procurada, a defesa dele não respondeu.