A Câmara Municipal de Volta Redonda vai encaminhar aos governos estadual e federal as sugestões dadas durante a audiência pública sobre a poluição causada pela Companhia Siderúrgica Nacional. O encontro aconteceu na quarta-feira (26), após requerimento do vereador Raone Ferreira e protestos realizados por quem mora na cidade do Sul Fluminense.
Desde o final de junho, moradores já denunciam à BandNews FM a piora na qualidade do ar e o aumento da poeira que sai da CSN e chega até as casas. Fotos enviadas à reportagem mostram a presença de um pó na cor preta em grande quantidade nas varandas e, até mesmo, nos móveis.
Dos 21 vereadores que compõem a Casa, apenas nove participaram. A audiência também contou com representantes do Instituto Estadual do Ambiente, do Ministério do Meio Ambiente, por meio do Departamento de Qualidade Ambiental, e de outras entidades.
A CSN, no entanto, não enviou representantes.
Como protesto, o vereador Raone Ferreira chegou a colocar um pote preenchido com o pó preto no lugar que seria destinado à empresa.
O vereador e presidente da Câmara, Paulo Conrado, questionou a demora da siderúrgica em atender aos compromissos determinados no Termo de Ajustamento de Conduta, junto ao Ministério Público do Rio.
Na sessão, foram abordados tópicos como o monitoramento da qualidade do ar e a aplicação de medidas contra a CSN. O diretor da Sociedade de Proteção Animal de Volta Redonda, Igor Reis, alertou para os riscos aos animais causados pela poluição.
No último domingo (23), moradores realizaram uma passeata contra a poluição provocada pela CSN. O grupo também reclamou de um depósito de escória localizado próximo ao Rio Paraíba do Sul. O material, resultante da produção siderúrgica, é acumulado no local desde a década de 1970.
No início do mês, o Instituto Estadual do Ambiente multou a Companhia em pouco mais de R$ 1 milhão pela poluição causada em Volta Redonda. Na ocasião, o Inea enviou uma equipe de fiscalização para acompanhar as ações de redução da emissão do pó preto. De acordo com o órgão, o pó e a fumaça podem causar doenças respiratórias.
Procurada, a Companhia Siderúrgica Nacional ainda não se manifestou.