Brasileiros foram expostos a temperaturas mais altas entre 2017 e 2021

Dado é revelado por estudo da Climate Transparency, que compara o período com a média registrada entre os anos de 1986 e 2005

Por Filipe Brasil (sob supervisão)

Temperatura registrada foi 0,3 ºC mais alta na comparação feita pelo estudo Fernando Frazão/Agência Brasil
Temperatura registrada foi 0,3 ºC mais alta na comparação feita pelo estudo
Fernando Frazão/Agência Brasil

Entre 2017 e 2021, a população brasileira foi exposta a temperaturas 0,3 ºC superiores à média registrada no período de 1986 a 2005. O dado está no relatório lançado na quinta-feira (20) pela Climate Transparency, organização internacional que divulga balanços das ações climáticas dos países do G-20.

No Brasil, a produção do relatório conta com o apoio do Centro Brasil no Clima. De acordo com o estudo, a exposição ao calor no país levou à perda de 5,3 bilhões de potenciais horas de trabalho. Pesquisadores destacam que o calor extremo pode ser insuportável e perigoso em alguns setores produtivos, além de gerar perdas para a indústria de serviços, manufatura, agricultura e construção.

O consultor sênior do Centro Brasil no Clima, Sérgio Besserman, afirma que o fato de as mudanças no clima já serem sentidas na vida da população dá ainda mais evidência ao tema.

"Se os impactos anteriormente foram ignorados, agora eles já são sentidos pela população. Sentidos pela perda de produtividade agrícola, no aumento das inundações, então todo mundo já está vendo as coisas acontecerem. Acho até que o fato de a Amazônia e o meio ambiente estarem presentes nessa campanha eleitoral é um sintoma do fato de que os brasileiros já percebem as mudanças do clima como um assunto bastante grave", avalia Besserman.

Na contramão de medidas para combate o aquecimento global, o documento mostra que as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia alcançaram recordes nos subsídios aos combustíveis fósseis nos últimos anos.

Segundo os pesquisadores, os incentivos dispararam este ano, após um recorde de US$ 190 bilhões em 2021 e US$ 150 bilhões em 2020. Eles afirmam que, para reverter a situação, é necessário reduzir os preços das energias renováveis.

No caso do Brasil, a pesquisa mostra que as principais oportunidades para o país melhorar as ambições climáticas são um controle rigoroso do desmatamento, a priorização de novas fontes renováveis e a eletrificação do transporte público.

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