Imagens de uma câmera de segurança mostram Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 6 anos, brincando em uma rua com o primo momentos antes de ter sido supostamente envenenado na última segunda-feira (30), na comunidade Primavera, em Cavalcanti, na Zona Norte do Rio. O registro corrobora com a versão relatada pelos familiares dos meninos.
Pouco antes das cinco horas da tarde, o adolescente identificado como Cauã aparece conduzindo uma bicicleta. Logo atrás, Ythallo segue o primo a pé. Cerca de cinco minutos depois, eles aparecem novamente correndo na direção contrária.
De acordo com os parentes, uma mulher em uma moto branca teria oferecido um doce à Cauã, que não aceitou. No entanto, Ythallo comeu. Em seguida, ele encontra o amigo Benjamim Ribeiro, de 7 anos, que estava voltando da escola comendo um açaí. Eles trocam os alimentos.
Cauã, que teve a voz modificada, conta o que aconteceu.
Ela me ofereceu o doce, mas só que eu não quis. Aí o meu primo, que ele é menor que eu, ele pegou e comeu. E aí ele desceu e levou para o amigo dele, guardou um pedaço pro amigo dele, o Benjamim
A Polícia Civil ainda não informou se possui o registro do momento em que o doce é oferecido às crianças. As investigações tentam identificar a mulher suspeita e a motivação do crime.
Ythallo sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu. Sob forte comoção e pedidos de 'justiça', o corpo dele foi enterrado nesta quarta-feira (2) no Cemitério de Inhaúma. A mãe do menino passou mal e precisou ser amparada pelos familiares.
Um material de cor marrom encontrado no organismo do menino durante a necropsia passa por exames toxicológicos, para determinar se a substância é ou não um veneno.
Durante o enterro, a tia de Ythallo, Michele Tobias Rosa, afirma que a família não possui nenhuma desavença e que o menino era querido na comunidade.
Ele era uma criança alegre, que todo mundo gostava dele, não tinha desavença com ninguém. Infelizmente, aproveitaram esse negócio de São Cosme e Damião para envenenar. Por que não deu para a gente comer o veneno? Ele só tinha seis anos. Ele brincava, estudava. Era uma criança que a comunidade toda gostava dele. A gente não tinha inimizade. Eu estou pedindo às pessoas que têm filhos, tomem cuidado, porque a gente só acredita quando acontece na nossa família, infelizmente. Estou pedindo para as pessoas que têm a filmagem, para ajudar a polícia, para poder ajudar, porque hoje é minha prima que chora. Amanhã vão ser outras mães
Benjamim Ribeiro segue internado no Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o estado de saúde dele permanece grave, porém estabilizado.