Chefe da Deam acusado de agredir ex-companheira usava cargo como intimidação

Segundo relatos da jovem de 29 anos, Marcos André de Oliveira dos Santos usava isso como forma de mostrar que ela estaria desamparada e sem poder denunciar o que sofria

Thuany Dossares

O policial civil Marcos André de Oliveira dos Santos, de 50 anos Reprodução
O policial civil Marcos André de Oliveira dos Santos, de 50 anos
Reprodução

A advogada que denuncia o chefe de investigação da Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, por ameaças e lesão corporal afirma que o policial civil Marcos André de Oliveira dos Santos, de 50 anos, se valia do cargo para intimidá-la.

A jovem de 29 anos, que prefere não se identificar, se relacionou com o agente durante um ano e afirma que os crimes começaram em outubro de 2021, quando eles passaram a morar juntos no apartamento dela, na Taquara.

O bairro fica na mesma região que é assistida pela delegacia em que o policial trabalhava e a advogada conta que Marcos André usava isso como forma uma forma de mostrar que ela estaria desamparada e sem poder denunciar o que estava sofrendo.

As posturas abusivas do relacionamento começaram com Marcos André querendo controlar as roupas que a companheira usava, com quem ela falava e até a mesmo a forma simpática de tratar as pessoas. Segundo a advogada, não demorou muito para que as crises de ciúmes evoluíssem para ameaças de morte e de vazamento de vídeos íntimos do casal, e, posteriormente, agressões físicas.

Durante uma discussão, o agente chega a dar opções para a mulher escolher como ela iria preferir ser agredida: soco na cabeça, spray na garganta ou apneia, que é ficar um pouco sem respirar. Essas ameaças foram gravadas e anexadas à denúncia do MP.

Não aguentando mais passar por toda violência física e psicológica, a advogada conta que chegou a sair do próprio apartamento para viver em paz e segurança. Na ocasião, familiares deram força para ela denunciar o caso na Corregedoria da Polícia Civil.

No dia 21, a Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público contra Marcos André por injúria, lesão corporal e violência doméstica, e o tornou réu. Segundo a Polícia Civil, o agente foi indiciado pela Corregedoria-Geral de Polícia Civil por crime de violência doméstica, e que após apuração dos fatos em sindicância na Corregedoria, foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que está em andamento. O servidor também foi preventivamente afastado do serviço.

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