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Chuva no Rio deixa mortos e alaga ruas e hospital

As regiões mais afetadas foram a Zona Norte da capital, a Baixada Fluminense e a cidade de Niterói

Gustavo Sleman, Mário Dias Ferreira, Bruna Navarro, Myllena Vianna, Fernanda Caldas e Gabriela Morgado

Alagamento Avenida Brasil
Alagamento Avenida Brasil
Reprodução

Onze pessoas morreram e uma continua desaparecida em decorrência do temporal que atingiu diferentes pontos do estado do Rio de Janeiro entre a tarde de sábado (13) e a manhã deste domingo (14). A Zona Norte da capital fluminense foi uma das regiões mais impactadas. A Prefeitura do Rio decretou situação de emergência no município, medida publicada em edição extra do Diário Oficial neste domingo. Nas redes sociais, Eduardo Paes afirmou que recebeu uma ligação do presidente Lula colocando recursos federais à disposição e que apresentou a ele projetos de recuperação da bacia do Rio Acari.  

Além de Lula, o prefeito também recebeu ligações do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.  

De acordo com o Corpo de Bombeiros, no bairro de Ricardo de Albuquerque, o corpo de um homem foi encontrado após um desabamento provocado por um deslizamento de terra, durante a madrugada deste domingo, na Rua Moraes Pinheiro. Em Acari, também na Zona Norte, uma mulher foi localizada sem vida na Rua Matura, vítima de afogamento. Na Estrada de Botafogo, em Costa Barros, na mesma região, uma mulher foi soterrada.

Na Baixada Fluminense, em São João de Meriti, um homem não resistiu após sofrer uma descarga elétrica, e outro morreu afogado. Dois homens também foram eletrocutados em Duque de Caxias. Em Nova Iguaçu, uma mulher e dois homens se afogaram, um deles, na Passarela da Bernardino de Melo, em Comendador Soares. Também houve registro da morte de um homem em Belford Roxo, por causa da chuva.

O Corpo de Bombeiros ainda realiza buscas por uma mulher que desapareceu, após o carro em que ela estava cair no Rio Botas, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Em Duque de Caxias, uma pessoa idosa foi resgatada em um colchão, depois de ter a casa inundada.  

No entanto, em entrevista ao Grupo Bandeirantes, o governadora em exercício, Thiago Pampolha, disse que ainda não é possível mensurar o número exato de pessoas desaparecidas. Ainda de acordo com Pampolha, as Defesas Civis estaduais e municipais estão em tratativas para que pessoas que moram em áreas de risco de desabamento possam ser levadas para locais seguros.  

O Governo do Rio também solicitou apoio ao Ministério das Cidades para obras no Rio Botas.  

Os bombeiros atenderam mais de 260 ocorrências em todo estado, relacionadas a salvamentos de pessoas, inundações, alagamentos, cortes de árvores e desabamentos.

Uma força-tarefa foi montada pelo Governo estadual para garantir ajuda humanitária e apoio logístico aos municípios afetados. Durante todo o sábado (13), a Defesa Civil e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social fizeram o transporte de itens ao município de Quatis, no interior.

Referência para o tratamento da Covid-19 durante a pandemia, o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, Zona Norte da capital, chegou a ter energia desligada por causa da forte chuva. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a medida foi tomada por segurança.

Ainda segundo a pasta, todos os aparelhos de suporte à vida passaram a operar por baterias próprias, com autonomia e sem interrupção. A Secretaria também informou que os pacientes foram acompanhados de perto pelos profissionais de saúde e que a energia foi restabelecida durante a manhã deste domingo (14). após a Secretaria Municipal de Conservação enviar equipes e máquinas para drenar a água do subsolo e fazer a limpeza da área externa.

Todas as consultas foram adiadas por 15 dias e serão feitas no Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, na mesma região.

Também na Zona Norte, em Honório Gurgel, um batalhão da Polícia Militar foi inundado. Imagens compartilhadas na Internet mostraram a força da água em instalações da unidade de Rocha Miranda. De acordo com a PM, os prejuízos causados ainda estão sendo analisados pelo comando do batalhão. Um levantamento apontou que a inundação no pátio atingiu viaturas que estavam estacionadas no local, carros particulares, serviços de manutenção e outras instalações da unidade.

Também houve alagamento na Superintendência da Polícia Rodoviária Federal. Segundo a corporação, aconteceram apenas danos materiais.

A cidade de Niterói, na Região Metropolitana, registrou recorde histórico no volume de chuva. O temporal chegou ao ápice na noite de sábado (13), quando a cidade teve o maior registro de chuva em um intervalo de uma hora desde que a medição é realizada pelo município. Foram 120,2 milímetros, o que representa mais de 80% do volume esperado para todo o mês de janeiro.

As Prefeituras de Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Nilópolis, na Baixada Fluminense, decretam situação de emergência. Nova Iguaçu montou um gabinete de gerenciamento de crise para analisar os impactos provocados pelo temporal. O prefeito Rogerio Lisboa chegou a ser reunir com o governador em exercício, Thiago Pampolha. Já em Duque de Caxias, o índice pluviométrico ultrapassou os 100 milímetros em 24 horas. A Defesa Civil acionou 14 das 18 sirenes nos quatro distritos. Em Nilópolis, as unidades do Centro de Referência de Assistência Social abriram as portas neste domingo (14) para atender moradores afetados pela chuva.  

O temporal também afetou o funcionamento do transporte público. O alto volume de água, principalmente no bairro Acari, na Zona Norte do Rio, impossibilitou a abertura completa do sistema do metrô. Neste domingo (14), a linha 2 operou entre as estações Colégio e General Osório/Ipanema.

A estação de trem Oswaldo Cruz, da SuperVia, foi fechada para embarque e desembarque.