Comerciantes que atuam nas proximidades dos Arcos da Lapa, no Centro do Rio, relatam que a região está sofrendo um esvaziamento. Segundo eles, a falta de investimentos no espaço e a sensação de insegurança em quem frequenta o ponto turístico fizeram com que o movimento de pessoas caísse drasticamente.
O camelô André Pacheco trabalha na Feira Noturna Lapa Legal desde a criação dela, há mais de quinze anos. Ele afirma que a inauguração de casas noturnas e bares em outro ponto do bairro fez com que os Arcos da Lapa passassem a receber menos visitantes.
Muitas casas que ali estavam saíram dali, porque não tinha público, não tinha como investir mais em nada. E aquele lado ali ficou muito vazio. E a gente fica muito preocupado com os Arcos da Lapa, porque os Arcos da Lapa são importante não só para nós, trabalhadores da área, mas sim pelo próprio comércio, pelo próprio turismo, pelos próprios moradores.
A Feira Noturna Lapa Legal foi criada por decreto municipal em janeiro de 2009 e funciona diariamente.
Os frequentadores reclamam, também, da falta de segurança no bairro. Dados do Instituto de Segurança Pública apontam aumento de 27% no índice de roubos de rua na região entre janeiro e março desse ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. O número de furtos também cresceu 5% no período.
O vendedor Pedro Silva trabalha há seis anos na Lapa, com a venda de lanches. Ele afirma que o movimento começou a piorar após a pandemia da covid-19.
As vendas caíram muito ali. Ninguém quer ficar daquele lado mais não. Eu vendo cachorro-quente e hambúrguer. Então, eu vendia três pacotes de hambúrguer por noite. Hoje, estou vendendo metade de um pacote. As coisas começaram a ficar ruins mesmo depois da pandemia. Está muito vazio ali, aquele espaço. Muito vazio, muito vazio.
A BandNews FM perguntou à Prefeitura do Rio se há a previsão de investimentos na região, mas ainda não teve resposta.
Questionada sobre as ações de segurança na Lapa, a Polícia Militar afirmou que o policiamento da região é feito por meio de análises diárias da margem criminal e que os índices de reincidência na região são elevados, já que muitos dos cidadãos envolvidos nos crimes naquele perímetro estão em situação de vulnerabilidade nas ruas.
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