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Comissão de Valores Mobiliários abre processo para acompanhar Petrobras

Através do processo administrativo, a Gerência de Acompanhamento de Empresas da CVM disse que vai analisar comunicados, notícias e fatos relevantes da companhia que tem ações negociadas na Bolsa de Valores

Gustavo Sleman

Troca no comando da empresa causou suspensão temporária de suas ações na bolsa
Troca no comando da empresa causou suspensão temporária de suas ações na bolsa
Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Comissão de Valores Mobiliários abriu um processo administrativo para acompanhar a situação da Petrobras, que entra na quarta troca de comando desde 2019. Após a saída de José Mauro Coelho e o anúncio de Fernando Borges como substituto temporário, a Gerência de Acompanhamento de Empresas da CVM disse que vai analisar comunicados, notícias e fatos relevantes da companhia que tem ações negociadas na Bolsa de Valores. O anúncio da mudança no comando da empresa chegou a causar a suspensão temporária negociações das ações da Petrobras na bolsa.

Um dos indicados pelo Governo Federal para o novo comando é Caio Paes de Andrade, secretário especial de Desburocratização do Ministério da Economia. José Mauro Coelho vinha sofrendo diversas pressões por parte do Congresso Nacional e do Governo Federal por causa dos sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis. A empresa alega que segue os preços do mercado internacional. O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que iria propor uma CPI para investigar a Petrobras.

Segundo o ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Décio Oddone, uma interferência direta nos preços dos combustíveis não seria a ação ideal.

Para o economista do Observatório Social do Petróleo, Eric Gil Dantas, as movimentações causam preocupação.

Nesta segunda-feira (20), durante discurso na cerimônia de comemoração aos 70 anos do BNDES, o ministro da Economia Paulo Guedes defendeu que parte do dinheiro que seria arrecadado com uma possível privatização da Petrobras poderia ser utilizado em ações sociais.

O primeiro a assumir a presidência, em 2019, foi o economista Roberto Castello Branco, demitido em fevereiro do ano passado por Bolsonaro. Desde então, a presidência passou a ser ocupada pelo general Joaquim Silva e Luna, que permaneceu no cargo até março deste ano. Na época, o economista Adriano Pires chegou a ser indicado pelo governo ao cargo, mas, diante da instabilidade na empresa, ele não quis assumir.