A ação de dois policiais militares, que ao escolherem enfrentar quatro bandidos em uma tentativa de assalto, no acesso à Linha Amarela e deixou, durante o confronto, duas pessoas mortas, faz com que a sociedade se pergunte: em que situação um agente de segurança deve reagir a uma ação criminosa?
Um vídeo, mostra dois PMs, que estavam no local, atirando na direção dos assaltantes.
A situação fez com que Maria de Jesus, mãe do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto há oito anos, durante ação policial no Conjunto de Favelas do Alemão, também na Zona Norte do Rio, se lembrasse do dia em que perdeu o filho, vítima, da mesma forma, da violência urbana da cidade.
A mulher citada pela D. Terezinha é Deborah Vilas Boas Pires da Silva, de 27 anos. Ela foi morta, baleada no ponto de ônibus, no acesso à Linha Amarela, durante o confronto desta terça-feira (19). A vítima deixa uma filha, ainda bebê, de apenas 7 meses.
O policial militar, que reagiu, estava sozinho e trocou tiros com quatro bandidos, mesmo em desvantagem numérica e em um local de grande circulação. Os próprios colegas de farda, ouvidos pela nossa reportagem citaram a necessidade de mais treinamento, a rotina de estresse e o medo de serem mortos, como respostas para a ação como essas. Eles tiveram a identidade preservada e a voz distorcida.
Mas, especialistas acreditam que há ainda uma questão cultural. Para o ex-comandante da PM do Rio e especialista em Segurança Pública, Ubiratan Ângelo, o maior problema está na avaliação dos agentes de segurança e acrescenta: o incentivo ao enfrentamento varia de acordo com a posição geográfica e a condição econômica da região.
O ex-instrutor de tiros do Batalhão de Operações Especiais e consultor em segurança, Paulo Storani, concorda e lembra importantes aspectos técnicos que devem ser considerados em situação como essas.
Em nota, a Polícia Militar informou que quatro bandidos em um carro tentaram roubar uma moto. Porém, no momento do crime, uma viatura da corporação passava pelo local e os bandidos abriram fogo contra os agentes, iniciando o tiroteio.
Um dos criminosos, identificado como Alexandro de Andrade Venâncio, de 24 anos, também ficou ferido no confronto e foi preso. Os outros três criminosos conseguiram fugir.