Com a morte de Zagallo, o Brasil perde um dos maiores ícones do futebol e um profissional com uma trajetória que se confunde com a da Seleção Brasileira. O ex-jogador e ex-treinador morreu na noite de sexta-feira (5), aos 92 anos, de falência múltipla dos órgãos.
Ele estava internado no Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, desde o fim do ano passado.
Alagoano, o tetracampeão mundial nasceu no município de Atalaia, mas deixou a cidade ainda jovem para o Rio de Janeiro. O Velho Lobo iniciou a carreira nas categorias de base do América, na capital fluminense, antes de conquistar títulos com as camisas do Botafogo e do Flamengo. Ele venceu cinco vezes o Campeonato Carioca e nunca foi expulso enquanto jogador.
O eterno ídolo da Seleção Brasileira teve uma das histórias mais vitoriosas do futebol e fazia questão de demonstrar a paixão e o respeito pela Canarinho. Como jogador, foi campeão em 1958, na Suécia, e em 1962, no Chile. Oito anos depois, em 1970, levantou a taça como treinador. Por fim, em 1994, conquistou o tetracampeonato como auxiliar técnico de Carlos Alberto Parreira.
Mas foi no título da Copa América na Bolívia, em 1997, que o ícone da Seleção fez um desabafo que se tornaria uma das frases mais marcantes do futebol brasileiro.
O ex-jogador Geovani Silva, que jogou na Seleção quando Parreira era o treinador e Zagallo, o auxiliar técnico, elogia o trabalho dele na Canarinho e a paixão do Velho Lobo pela Seleção.
Em 2013, o Botafogo eternizou com uma estátua no Estádio Nilton Santos a história do ídolo que foi campeão no clube como jogador e treinador. Na época, Zagallo agradeceu a oportunidade de ter a trajetória no esporte celebrada ainda em vida.
Aos 91 anos, ele também foi homenageado com uma estátua de cera no Museu da Seleção Brasileira. Na inauguração, Zagallo não conteve a emoção...
O Velho Lobo deixa quatro filhos, seis netos e três bisnetos. A esposa Alcina de Castro Zagallo morreu em 2012. Foi a devoção dela por Santo Antônio, celebrado no dia 13 de junho, que levou à superstição do marido com o número 13. Os dois também se casaram no dia 13 de janeiro de 1955.
Como jogador pela Seleção, Zagallo participou de 35 jogos, sendo 29 vitórias, quatro empates e duas derrotas. Já como treinador, foram 135 jogos, com 99 vitórias, 26 empates e 10 derrotas.