Listado pela defesa de Domingos Brazão, o ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão prestou depoimento em audiência sobre o caso Marielle Franco e comentou sobre a ação do Estado em comunidades da Zona Oeste da capital fluminense. Domingos e o irmão Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato, tinham terrenos na região.
Em audiência sobre o planejamento do crime, nesta segunda-feira (16), no Supremo Tribunal Federal, Pezão falou que, há cerca de 10 anos, houve uma lei estadual para que concessionárias levassem os serviços públicos para dentro de favelas, principalmente aquelas onde houve a instalação de UPPs. Entre as comunidades, Pezão citou Rio das Pedras, na Zona Oeste. O ex-governador disse que achava que a lei tinha sido uma iniciativa do parlamento, mas que não se lembrava se foi de algum político específico.
Segundo as investigações da Polícia Federal, Domingos e Chiquinho Brazão teriam mandado matar Marielle Franco, por causa da atuação dela contra terrenos irregulares no Rio de Janeiro.
Outros políticos também foram notificados para ser ouvidos pelo STF, como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o delegado e secretário Brenno Carnevale, que foi chamado pela Procuradoria-Geral da República e já prestou depoimento.
Além de Pezão, outras três pessoas foram ouvidas nesta segunda-feira (16): Ângelo Monteiro Pinto, o político André Lazaroni e o engenheiro civil Rafael Andrade Barbosa Silva. Lazaroni disse que nunca ouviu falar que os irmãos Brazão teriam praticado extorsões na Zona Oeste do Rio. Já o engenheiro Rafael Silva disse que Domingos não teria interferido em obras realizadas em Rio das Pedras.
Nesta terça-feira (17), mais testemunhas arroladas pela defesa de Domingos Brazão devem ser ouvidas.
Além dos irmãos, são réus na ação o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa e outras duas pessoas.