O ex-vereador Zico Bacana, morto nesta segunda-feira (7), negou em depoimento à Polícia Civil que tivesse algum atrito com Marielle Franco. O político foi ouvido pela Delegacia de Homicídios em abril de 2018, durante o início das investigações sobre as mortes da parlamentar e do motorista Anderson Gomes.
Na ocasião, Zico Bacana disse aos agentes que conheceu Marielle na Câmara dos Vereadores e que, apesar de não possuir nenhuma relação mais próxima com ela, a vereadora "usava a palavra para atacar as instituições governamentais, sobretudo, a Polícia Militar".
Segundo ele, Marielle se posicionava contra a maneira que a PM agia em alguma situações, as considerando arbitrárias. Ele citou como exemplo um discurso da vereadora sobre o caso estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, morta na quadra de uma escola em Acari, na Zona Norte.
Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana, era policial militar. No depoimento, o ex-parlamentar disse que soube da morte da colega de Casa por meio de um grupo no WhatsApp e que no dia do crime havia deixado a Câmara por volta de 18h, para ir a um restaurante De lá, foi ao restaurante ao lado de parentes. De lá, ele foi para a casa da família assistir o jogo do Flamengo disputado na data.
Aos investigadores, Zico também disse que soube pela imprensa que na semana do homicídio que Marielle havia acabado policiais militares de terem agredido um jovem em Acari.
Zico e outros vereadores foram ouvidos durante as investigação. A Polícia Civil não apontou nenhum indício de relação dele com o crime.